Vamos examinar algumas ilustrações para tornar estes pontos mais claros. Suponha que alguém assaltou um banco. Então, no dia seguinte, esta pessoa recebe a nova vida em Jesus Cristo. Ela deve conservar o dinheiro? Já que alguns insistem que ele foi completamente perdoado, então ele pode esquecer o roubo e viver dos ganhos ilícitos? Não! Vamos então pensar em alguém que conseguiu o divórcio no passado. É possível que os dois sejam completamente inocentes? É concebível? É concebível que durante todo o relacionamento conjugal eles nunca fizeram ou falaram nada pelo qual devam se arrepender? Então, o que deve ser feito? Eles precisam entrar em contato com a pessoa que foi ofendida, admitir sua culpa pela falha do relacionamento e pedir perdão. Não faz diferença se a outra pessoa também pecou. Este fato nem sequer entra em nossas considerações. Nossa parte é aquela que necessita de arrependimento e perdão.
Quando nós pecamos contra alguém, necessitamos fazer tudo o que for possível para acertar as coisas. Se é dinheiro, necessitamos pagar (Lucas 19:8). Se difamamos alguém, precisamos fazer com que a verdade seja conhecida por todos aqueles que foram afetados por nossas mentiras. Como uma regra geral, se pecamos publicamente, também devemos nos arrepender publicamente. Se nosso pecado foi privado, devemos ir em particular falar com aqueles que foram afetados. Sempre que possível, devemos restituir aos outros o que tomamos deles, seja dinheiro, reputação ou propriedade.
Obviamente, há algumas situações que são impossíveis de restaurar. Se matamos alguém, não podemos trazê-lo de volta à vida. Se engravidamos alguém ou se nos tornamos grávidas fora do casamento, não há maneira de desfazer este fato sem pecar. Devemos fazer o possível para restaurar quando e onde podemos. Indubitavelmente o Senhor nos dará sabedoria nestas coisas, mostrando-nos como e quando restaurar. Se nossos corações estão verdadeiramente humildes e desejosos, Ele nos ajudará a limpar completamente nossas consciências.
Certamente há alguns que têm o que poderia ser chamado de consciência “fraca”. Eles são suscetíveis às acusações do inimigo. Eles vivem em contínua culpa e condenação. Para eles, seguir todos os passos possíveis para limpar sua consciência irá ajudá-los em sua luta. Saber que fizeram tudo o que era possível para limpar seu passado e sua atual relação com Deus e com os outros, dará a eles uma boa base para resistir a posteriores acusações. Também é possível que alguns vivam nesta condenação por coisas que não fizeram, porque em seus corações há outras coisas escondidas, as quais eles não querem trazer à luz. Isto enfraquece a consciência deles e os faz vulneráveis a falsas acusações.
Viver e andar no espírito, estas experiências do maná, da vara de Arão e das tábuas de pedra, são absolutamente necessárias. Sem elas, a única alternativa é viver e andar na alma. O resultado da recusa em submeter-se a Deus nestes assuntos tem dois resultados possíveis. O primeiro ocorre quando a pessoa que está em rebeldia com Deus admite isto a ela mesma e simplesmente para de tentar seguir a Jesus. O segundo acontece quando a pessoa que resiste à autoridade do Altíssimo tenta fingir que ainda está bem. Ela esconde esta rebelião dela mesma e dos outros, tentando agir como se ainda fosse “um bom cristão” e simulando que nada está errado. Este indivíduo desenvolverá uma religião que é meramente da alma. Eu quero dizer que ele ainda tentará obedecer princípios bíblicos com os esforços de sua própria alma, irá aos encontros na Igreja e fará coisas que outros cristãos esperam que ele faça. Entretanto, tudo isso será feito sem uma íntima camaradagem com Deus e, portanto, só será efetuado por força humana e esforço natural. Os resultados podem parecer uma boa imitação da verdadeira vida espiritual, mas o sabor é diferente. Em vez do suave aroma de Cristo, há o seco e morto sentido de obrigação. Em vez do fluir da água da vida, há a execução da obrigação. A pessoa envolvida está freqüentemente tentando servir a Deus, mas não realmente se submetendo completamente a Ele.
É essencial para cada cristão aprender a caminhar no Espírito. Para ser agradável a Deus, não há outro caminho. Nós podemos saber que estamos no espírito, não por sensações físicas, ouvindo “vozes” ou tendo fortes sentimentos emocionais, mas pela experiência do maná (comunhão)[João 6:41], da vara da autoridade de Arão (intuição)[Romanos 8:14] e das tábuas de pedra (consciência) [Hebreus 8:10]. Quando estamos em comunhão espiritual com Jesus, quando estamos sentindo Sua liderança e quando sabemos se o estamos ofendendo, isto é uma indicação certa de que estamos no E(e)spírito. E é do Espírito que toda a Sua virtude fluirá. Possa Deus ter misericórdia de nós para que possamos aprender a viver diariamente em Sua presença para que, pelo nosso espírito, Seu Espírito possa manifestar Sua vida através de nós.