sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

O fim do mundo está perto?

Achei esse texto super interessante, não sei até que ponto vai a veracidade disso, mas alguns sinais são evidentes.

Bacchiocchi: Está Próximo o Último Papa?

Prezados irmãos, da última carta do Pr. Bacchiocchi, traduzi o seguinte trecho:

É o momento de assoprar a poeira das Profecias Papais de Malaquias (1094-1148), arcebispo de Armagh, Irlanda, cujo sobrenome O’Morgair, foi latinizado para Malaquias. Poucas profecias em particular chamaram tanta atenção popular como as Profecias sobre os Papas escritas por ele. Uma busca por São Malaquias no Google mostra 73.800 respostas – uma indicação do grande interesse nas profecias papais de Malaquias – interesse multiplicado pela proximidade da eleição de um novo papa.

Malaquias foi um notável reformador da igreja na Irlanda antes da invasão Anglo-normanda. Ele foi canonizado em 1190 pelo papa Clemente III. Em 1139 ele foi a Roma para receber uma comissão na igreja irlandesa pelo papa Inocente II. Enquanto esteve em Roma, supostamente recebeu uma estranha visão do futuro de 112 papas que governariam a Igreja Católica até o fim do mundo. Ele escreveu uma descrição de cada papa com duas a quatro palavras Latinas e deu a lista a Inocente, que ficou profundamente perturbado.

A natureza dessas profecias é bem conhecida. Ela consiste em 111 motes em latim, seguidos de uma declaração acerca da destruição do papado e o julgamento final. Cada mote consiste em duas a quatro palavras em latim, que supostamente são uma breve descrição profética de cada papa, iniciando por Celestino II, que foi eleito em 1143, até o fim do mundo.

A Enciclopédia Católica explica que “Todos aqueles que se puseram a interpretar e explicar estas profecias simbólicas descobriram em alguns pontos similitudes, alusões, e aplicações individuais aos papas, seja aos seus países, seus nomes, brasão de armas ou insígnias, locais de nascimento, seus talentos ou educação, seus títulos ou cardinalatos, dignidades que acumulavam, etc.” (verbete “St. Malachy.”).

As profecias papais de São Malaquias foram inicialmente publicadas em 1590 por um historiador beneditino, Arnold Wyon, que, como ocorre na tradição católica, não foram adiante. Essas profecias são similares às de Nostradamus, que viveu 40 anos antes de Malaquias. Há algum debate acerca da historicidade das profecias de Malaquias. Algumas pessoas argúem que a lista foi fabricada pelos Jesuítas nos anos de 1600. A despeito da dubiedade da origem da lista, há nela um imorredouro interesse, em parte porque alguns motes dos papas parecem combinar com os pontificados dos papas listados. Vamos olhar alguns exemplos.

Papa # 96: “Peregrinus Apostolicus” — Pio VI (1775-1799). A lenda do papa 96 corresponde ao papado de Pio VI (1775-1799), lido: “Peregrinus Apostolicus,” que significa “peregrino apostólico” ou “papa peregrino”. É interessante que em um medalhão de 1782, Pio VI descreve a si próprio como “Peregrinus Apostolicus.” A medalha comemora a viagem que o papa fez a Viena para persuadir o imperador José II a respeitar o poder papal e seus territórios.

A descrição do “papa peregrino” se aplica também à sua expatriação forçada de Roma, no final de seu pontificado. Em 1798 os exércitos do General Francês Berthier tomaram o papa como prisioneiro e levaram-no à França. Sua saúde piorou em Valença, onde ele morreu como prisioneiro, no exílio, em 22 de agosto de 1799. Nesse instante o mote “papa peregrino” encontra sua aparente aplicação, não somente na própria descrição de Pio VI, mas também por seu exílio na França. Para os Adventistas, o aprisionamento e exílio de Pio VI foi o cumprimento da profecia descrita no livro de Apocalipse 13:3.

Podemos encontrar ainda correspondência entre os motes de Malaquias e os papas do século 20. Vamos dar uma olhada em alguns deles.

Papa # 104: “Religio Depopulata”— Benedito XV (1914-1922). O mote 104, que corresponde a Benedito XV diz: “religio depopulata,” isto é, “religião despopulada”, ou “religião devastada”. O cumprimento deste mote pode ser visto no devastador impacto sobre o cristianismo do comunismo e da Primeira Guerra Mundial. O comunismo devastou o cristianismo na Rússia e a Primeira Guerra Mundial matou milhões de cristãos. O mote também pode se aplicar ao fato de que pela primeira vez na história, a cultura da Europa Ocidental não era mais predominantemente cristã, pois grande parte da população se declarava ateísta.

Papa # 105: “Fides Intrepida”— Pio XI (1922-1939). A legenda do mote 105 “fides intrépida — “fé intrépida”, descreve a coragem de Pio XI em fazer frente aos ditadores da Itália e Alemanha. Ele foi um crítico aberto do Fascismo, Nazismo e Comunismo. Ele entrou em acordo com o regime de Mussolini acerca do status da Cidade do Vaticano pela assinatura do Tratado de Latrão em 1929 – um evento interpretado pela doutrina Adventista como a cura da ferida mortal (Apocalipse 13:3, 12).

Ele também assinou uma concordata com Hitler em 1933, que proporcionou alguma proteção à Igreja Católica, enquanto Hitler a honrou. Suas críticas foram abertas contra o Fascismo e contra os planos de dominação desses ditadores. Ele é lembrado principalmente por mexer com a ira nazista com sua encíclica “Mit brennender Sorge”, ”Com Pesar Consumidor”, na qual ele critica o regime nazista.

Papa # 106: “Pastor Angelicus”­— Pio XII (1939-1958). A legenda pastor angelicus — pastor angélico”, do mote 106 é aplicado a Pio XII. Sua aplicação acende a paixão de muitas pessoas hoje, que acusam Pio XII de indiferença acerca da situação dos Judeus, de antisemitismo e de ser simpatizante do nazismo. Outros ignoram essas acusações e enxergam Pio XII como um Pastor Angélico que cuidou de todos os que sofriam. A aplicação dessa legenda é controversa e questionável.

Papa # 107: “Pastor et Nauta” – João XXIII (1958-1963). A legenda do mote 107 “Pastor et Nauta — pastor e marinheiro” descreve João XXII, porque ele foi amado como pastor pelos católicos e não católicos mais do que qualquer outro papa na história. A legenda “nauta — marinheiro,” aponta para a cidade marítima de Veneza, onde ele servia como patriarca antes de ser eleito papa.

Papa # 108: “Flos Florum” — Paulo VI (1963-1978). A legenda “Flos Florum — flor das flores” aparece em alusão ao brasão de armas do papa Paulo VI, que trazia três flores-de-lis. Este mote não lança qualquer luz sobre a natureza de seu pontificado.

Papa # 109: “De Medietate Lunae”— João Paulo I (1978). A legenda “De medietate lunae — da meia-lua” ou “da metade da lua”, descreve o muito breve pontificado de João Paulo I. Ele foi eleito papa em 26 de agosto de 1978, quando a lia estava na fase minguante, isto é, metade da lua estava visível no céu. Ele morreu 33 dias depois, em 28 de setembro, novamente quando a lua estava na fase minguante.

O dístico da frase “da meia-lua,” também pode se referir ao curtíssimo período de seu pontificado, que foi pouco maior que um ciclo lunar. Alguns vêem uma possível conexão com seu nome, Albino Luciani, desde que “Albino” pode significar “luz branca”. Ele nasceu em uma cidade denominada “Belluno”, que significa “lua bela”. A profecia de Malaquias se adequa muito bem ao pontificado de João Paulo I.

Papa # 110: “De Labore Solis” — João Paulo II (1978 – 2005). A legenda “De labore solis” pode ser traduzida por “Do Labor do Sol” ou “Do Eclipse Solar”. O papa correspondente é João Paulo II que nasceu em 8 de maio de 1920, durante um eclipse solar – uma possível conexão com a legenda “De um Eclipse Solar”. De acordo com o site da NASA/Goddard Space Flight Center Eclipse, o eclipse solar de 8 de maio de 1920 foi o maior do século 20, com uma magnitude de 0.9734.

Como o sol, João Paulo veio do Leste (Polônia). Na sua cidade natal, Cracóvia, Copérnico (1473-1543) trabalhou por anos para provar a teoria herética de que a Terra gira em torno do sol. João Paulo II circulou o globo várias vezes, pregando a grandes audiências em vários lugares. Seu pontificado foi marcado pelas constantes viagens ao redor do mundo. Malaquias escreveu “Do Labor do Sol” e combina perfeitamente com a data de nascimento e a missão de João Paulo II.

Papa # 111: “Gloria Olivae” — Próximo papa depois de João Paulo II. A legenda do mote 111 “gloria olivae — a glória da oliveira”, descreve o futuro papa que sucederá João Paulo II. Em que sentido o próximo papa será “a glória da oliveira”? Como o ramo de oliveira é melhor conhecido símbolo da paz, presumivelmente a glória da oliveira é a paz. Assim, a frase sugere que o próximo papa que sucederá João Paulo II será um homem comprometido com a promoção da paz.

Presumivelmente ele procurará estabelecer a paz entre as nações, paz entre os católicos e paz com os seguidores de outras religiões. A profecia de Malaquias, então, sugere que o pontificado do próximo papa será caracterizado por procurar e promover a paz em todo o mundo.

Se a profecia de Malaquias para o papa número 111 “gloria olivae — a glória da oliveira” é correta, podemos esperar que o próximo papa trabalhará as questões políticas e ecumênicas suscitadas pelo Papa João Paulo II. Ele será conhecido como “O Papa da Paz”, ajudando a resolver conflitos políticos entre as nações. Seus esforços pacifistas serão especialmente endereçados às religiões do mundo, cristãos e não cristãos, especialmente os muçulmanos, para aceitarem o papa como o símbolo da unidade religiosa da humanidade. Quando isto acontecer, as palavras de Apocalipse 13:3 serão cumpridas: “e toda a Terra seguirá a besta e sua imagem.”

Papa # 112 “Petrus Romanus” — Segundo Papa depois de João Paulo II. O último papa na lista das profecias papais de Malaquias é dado não por um mote, mas por um nome que não pode ser ambíguo, “Petrus Romanus — Pedro o Romano”. O nome é seguido de uma breve descrição de seu pontificado que vai até o julgamento final e a destruição da Terra. “Na perseguição final da Igreja Católica reinará Pedro, o Romano, que alimentará seu rebanho em meio a muitas tribulações, depois das quais a cidade das sete colinas será destruída e um terrível juiz julgará o povo. Fim.”

Quem é “Pedro, o Romano"? Porque ele recebe um nome ao invés de um mote como os outros 111 papas anteriores? Será Pedro, o Romano alguém que nasceu em Roma ou um líder da igreja que passou a maior parte de sua vida em Roma, servindo à Cúria Vaticana? Nós não sabemos. Precisamos aguardar para ver. Mas penso que o mais significativo na frase “Pedro, o Romano” é a descrição da natureza de seu pontificado.

Como descrição de seu pontificado, a frase “Pedro, o Romano” sugere que esse papa reafirmará a autoridade papal sobre Igreja Católica. A expressão também indica que esse papa reafirmará Roma como o local do assento da autoridade da Igreja e requerer a fé e o reconhecimento “da sagrada, Católica e apostólica Igreja Romana como a mãe e mestre de todas as igrejas.” (como expresso na profissão de fé do Vaticano)

Seu predecessor, o papa da paz, enfatizará o bem e outras crenças e forçar a unidade religiosa de toda humanidade sob a liderança espiritual do Papa. Mas Pedro, o Romano, trabalhará para assegurar a supremacia da fé Católica Romana e Igreja Católica Romana sobre todas as outras religiões e denominações. Sua autoridade será sobre todos os cristãos e sobre todos os povos do mundo. Parece que a paz promovida pelo 111º. Papa será seguida por uma tempestade quando vier o último papa.

Reflexão sobre as profecias papais de Malaquias

O que temos que fazer sobre as profecias de Malaquias? Seria um sério erro atribuir a elas autoridade canônica similar às profecias bíblicas. Primeiro, porque sua origem é duvidosa e segundo, porque algumas delas não são acuradas. Ademais, a intenção dessas profecias é promover a autoridade do papa como líder religioso da humanidade. Tal autoridade é negada pela Bíblia e pode ser apenas considerada uma forma idolátrica de culto, como é evidente na igreja Católica.

O que faz da profecia papal de Malaquias fora do comum é que ela não reflete a visão católica do Fim, embora ela tenha sido escrita por um santo católico. A visão católica tradicional do fim foi formulada em seus pontos essenciais no século 15 por Agostinho, e ela permaneceu inalterada até os nossos dias. A visão augustiniana do fim é associada com a idéia moderna do progresso histórico. Em termos simples, o Reino de Deus será estabelecido nesta Terra não pela volta de Cristo e o estabelecimento de uma nova ordem, mas pela melhoria gradual do mundo sob a liderança da igreja Católica.

Em contraste, o cenário profético de Malaquias não prevê o estabelecimento gradual do Reino de Deus nesta terra sob a liderança da Igreja Católica. Ao invés disso, o papa da paz, de número 111, é imediatamente seguido por Pedro, o Romano, que trabalhará para garantir a supremacia da Igreja Católica Romana. O reino deste último papa é repentinamente terminado pela destruição do julgamento final. Este cenário apocalíptico contradiz a visão católica tradicional do Fim. Isto explica porque alguns líderes estão advertindo seus membros acerca de aceitar a visão de Malaquias sobre o fim do mundo. Por exemplo, em seu artigo intitulado “As Profecias Papais de S. Malaquias da Irlanda: Podemos Realmente Acreditar Nelas? Sean Hyland adverte Católicos a não mal interpetar a profecia por “começar a pensar que o fim do mundo está ali logo na esquina. Não apenas isto é extremamente estúpido e contrário ao próprio Cristo , mas o testemunho anônimo dado por séculos por santos católicos parecem indicar que a era de paz que virá precede o fim do mundo.” (http://www.angelfire.com/ms/seanie/papacy/malachy.html).

Justificadamente a igreja católica repudia a última profecia papal de Malaquias porque ela quer acreditar em um futuro glorioso durante a liderança papal do mundo, guiando-o a um tempo de paz e prosperidade. Mas a visão bíblica do Fim é radicalmente diferente. Paz e prosperidade serão estabelecidos não pela igreja católica antes da volta de Cristo, mas pelo próprio Cristo na Sua vinda.

Ainda, de acordo com as profecias papais de Malaquias, o próximo papa será o último para antes da destruição e o julgamento final ocorrerá durante o pontificado de Pedro, o Romano. A origem das profecias papais de Malaquias é dúbia e sua autoridade questionável. Ainda, seu cenário do fim dos tempos parece uma extensão do livro do Apocalipse. Pode estar o Senhor se utilizando dessas profecias para avisas as pessoas acerca do Dia do Julgamento? Algumas pessoas que estudam essas profecias sugerem uma resposta positiva.

Por exemplo, em seu livro The Prophecies of Malachy, (TAN Books and Publisher, 1969), Peter Bander afirma: “O que me perturba e que causa perturbação ao leitor é que depois do ‘Flor entre Flores’ isto é, depois de Paulo VI, há apenas mais três profecias. Seja lá quem for, Pedro, o Romano será o último. O tempo está se esgotando. É muito mais tarde do que todos nós estamos pensando. O fim do mundo está à nossa frente.”

Isto é uma mensagem importante que o mundo precisa ouvir. É uma mensagem profética para a qual Deus chamou a Igreja Adventista do Sétimo Dia para proclama-la ao mundo: “Temei a Deus e dai-lhe glória pois vinda é a hora de seu juízo.” (Apocalipse 14:7) Providencialmente o Senhor pode ter usado as profecias de Malaquias sobre os últimos papa para predispor o povo a aceitar a mensagem da breve volta do

Pais e Filhos - A Disciplina dos Filhos

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

“E vós, pais, não provoqueis à ira os vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor”
(Ef 6:4)
“Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não fiquem desanimados” (Cl 3:21)


Em minha experiência como pai e avô tenho visto dois erros graves cometidos pelos pais, no tocante a criação de seus filhos:
(1) ausência de disciplina;
(2) disciplina descontrolada.

Alguns pais deixam os filhos “soltos” para agirem como desejarem; isso é errado, segundo o ensinamento de Provérbios. Não sou contra o uso da vara porque ela é aprovada pela Palavra de Deus. Nesse estudo vamos nos concentrar principalmente no segundo ponto: a disciplina exagerada. Em primeiro lugar quero dizer que se a disciplina for exagerada ou sem controle ela automaticamente deixa de ser disciplina. Muitas atitudes dos pais nesse sentido não passam de explosões de ira e falta de autocontrole. Freqüentemente ao disciplinar seus filhos, os pais se colocam numa posição merecedora de disciplina. A correção dos filhos só tem valor quando os pais fazem uso dentro das normas estabelecidas pela palavra de Deus. Veja o que Paulo escreveu sobre isso. “E vós, pais, não provoqueis à ira os vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor” (Ef 6:4). “Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não fiquem desanimados” (Cl 3:21).
Observe os quatro pontos:
(1) não provocar a ira aos filhos,
(2) criá-los na disciplina e admoestação do Senhor,
(3) não irritar os filhos,
(4) para que não fiquem desanimados.

A disciplina ou correção dos filhos deve englobar estes quatro pontos, caso contrário não poderá ser considerada como disciplina nos moldes bíblicos.

1. Correção Descontrolada
O que desejo repartir com meus irmãos e irmãs em Cristo que são pais, é algo bem sério. Recebi muita ajuda de livros sobre família e criação de filhos, mas o que vou dizer em seguida é algo que está no meu coração. É um encargo pesado que preciso repartir com os pais, pois acredito que muitas situações negativas nos lares podem estar relacionadas com a questão da autoridade sem medida e a correção desgovernada. Os pais não possuem a autoridade própria para corrigir os filhos; a autoridade deles é delegada, isto é, eles recebem o direito de exercê-la em nome de outro. Deus é a Única e Verdadeira autoridade e por isso, qualquer desvio na aplicação dessa autoridade coloca os que fazem uso dela numa condição passível de repreensão. Foi o que aconteceu com Moisés quando Deus lhe mandou que falasse com a Rocha e ela daria água para o povo. Moisés, irado, representou mal a Deus, “falou irrefletidamente com sua boca” (Sl 106:33). Imediatamente ele se tornou merecedor de juízo e não pôde entrar ma terra de Canaã. Os pais quando corrigem seus filhos devem ter isso em mente sempre: eles são apenas representantes da autoridade de Deus; se agirem de forma descontrolada, estarão dizendo com sua atitude que Deus também está descontrolado. Isso é muito sério e deve ser considerado pelos pais.

2. Disciplina sem Medida
Temos um outro exemplo no Antigo Testamento que pode ser aplicado ao que estamos tratando. Quando Israel se desviava do caminho, Deus enviava outra nação para castigar o Seu povo, mas a correção tinha um limite que não podia ser ultrapassado; se uma nação usada como vara na mão do Senhor ultrapassasse do limite, Deus levantava outro povo para castigar aquele que havia ultrapassado o limite estabelecido pelo Senhor. Assim também acontece com os pais: se eles não obedecem ao limite da disciplina, o Senhor enviará a Sua vara sobre eles através de outras situações. Isso talvez explica muita das dificuldades enfrentadas nos lares dos filhos de Deus. Os próprios pais estão debaixo da disciplina de Deus sem terem conhecimento disso.

3. Limites Desrespeitados
Um outro exemplo sobre isso está na discrição que Paulo deu a respeito dos açoites que recebeu dos judeus: “dos judeus cinco vezes recebi quarenta açoites menos um” (II Co 11:24). O que significa isso? Paulo recebeu cento e noventa e cinco chibatadas dos judeus. Por que não duzentas? Por causa da lei que dizia: “Até quarenta açoites lhe poderá dar, não mais; para que porventura, se lhe der mais açoites do que estes, teu irmão não fique envelhecido aos teus olhos” (Dt 25:3). Paulo era considerado um inimigo pelos judeus, mesmo assim eles tiveram o cuidado de não ultrapassar o limite estabelecido pelo Senhor. Mas não eram permitidas até quarenta chicotadas? Por que Paulo recebeu trinta e nove? Porque naturalmente quem aplica o chicote pode perder o controle e ultrapassar o limite estabelecido. Quem disciplina deve estar sobre controle; isso é demonstrado nas trinta e nove chicotadas que Paulo recebeu. Quando o pai e a mãe começam a corrigir o filho, é muito fácil eles perderem o controle e usarem o chinelo ou a cinta em algumas vezes além do necessário. Se isso acontecer, aquele que aplica o chicote chamará a disciplina sobre si mesmo.

Além do mais, os pais devem lembrar que Deus designou anjos protetores para os pequeninos. Jesus disse que “os seus anjos nos céus sempre vêem a face de meu Pai, que está nos céus” (Mt 18:10). Por causa dos pequeninos os anjos podem ver a face do Pai nos céus diariamente. Isso indica que havendo situação de injustiça na terra para com uma dessas crianças, os anjos vão diante do Pai e atuam em favor delas. Se elas são maltratadas ou injustiçadas, isso será relatado ao Pai celestial.

Mas não devemos ter o cuidado apenas com o ato de corrigir, seja com vara, com chinelo ou cinta. Existem outros aspectos que precisam ser lembrados, se os pais almejam verdadeiramente disciplinar seus filhos dentro da vontade do Senhor. Mais uma vez lembro ao prezado leitor que as advertências aqui mencionadas vão ferir seu ego. É preciso coragem para enfrentar a realidade dos erros cometidos pelos pais, todavia uma mudança na forma de corrigir os pequeninos é de tremenda importância e seus resultados de valor inestimável para uma vida saudável no lar.

4. Falta de Tempo
Os que trabalham fora, principalmente o pai, que normalmente passa o dia fora de casa, se esquecem completamente da necessidade que os filhos pequenos têm da presença deles. Eles saem de manhã e, se voltam para o almoço, é um tempo mínimo de contato com os filhos. Alguns levam os filhos para escola sejam de manhã ou ao meio dia e depois só retornam à noite. Quando chegam do trabalho, não desejam ser incomodados com os incessantes pedidos dos pequeninos para brincar um pouquinho. O egoísmo de certos pais é tão grande que eles chegam a repreendê-los para terem sossego. Não há tempo para chutar bola, brincar de carrinho, quebra-cabeças ou qualquer outra coisa. O interesse deles é jornal ou o noticiário na TV (noticias de crimes, esporte, novela, etc). Os pequeninos têm mais contato com as pessoas de fora do que com os pais (e principalmente o pai). As mães que não trabalham fora desfrutam um pouco mais da companhia dos filhos. Tais pais não conseguem ver que é necessário investir nos filhos e dar atenção a eles. O tempo passa e eles não aproveitam aqueles anos preciosas da inocência desses “bichinhos adoráveis”. Quando dão por conta eles já cresceram e se tornaram adultos. Que perda irreparável!

5. Atitudes e Palavras Ásperas
Sinto um grande aperto no coração quando presencio a forma rude, bruta e sem compaixão dos pais para com seus filhos pequeninos. Em alguns casos podemos usar até a expressão bem forte: é uma verdadeira covardia. Os pequeninos, indefesos no sentido físico, psicológico e espiritual, não são respeitados em seus direitos de criança. Geralmente são tratados como se fossem adultos rebeldes. As palavras e atitudes dos pais geralmente vão além do necessário. Uma criança faz algo errado e os pais dão berros e gritos com ela; alguns chegam a rosnar como se fossem irracionais. Para não falar da postura já errada dos pais que assim agem, é preciso lembrar que esse é o ensino que a criança está recebendo. Amanhã ela vai devolver exatamente o que viu o pai e a mãe fazendo. Você já viu a expressão do seu rosto quando está corrigindo seu filho? Não! Ah, você precisa ver. Certamente vai pensar que é outra pessoa! Tenham cuidado para não provocar medo em seus filhos. Gritarias e repreensões intermináveis só produzem crianças reprimidas e sonsas. Sejam mansos e dóceis para com seus filhos, principalmente os pequeninos. Não sejam ásperos, ríspidos ou duros com seus filhos. “Daí e dar se vos á” é o ensinamento da palavra de Deus.

6. Cobrança Constante
Que coisa triste e lamentável é ver os pais cobrando o tempo todo dos filho. Se alguém anotar durante o dia todo quantas vezes o pai ou a mãe chama a atenção de um filho, com certeza terão um choque tremendo. Isso demonstra que os pais não têm consciência de estarem treinando seus filhos para Deus e para a sociedade. Não há espaço para erro. Os pequeninos entram para o quartel com dois ou três anos de idade e recebem exigências que não poderão cumprir. O resultado é castigo após castigo. Se isso acontece em um determinado lar, o resultado inevitável será um espírito de desânimo alojado no espírito da criança. Essa foi a advertência do Senhor em Colossenses 3:21. Filhos irritados perdem o ânimo para enfrentar a vida. Tudo o que eles conhecem é repreensão e critica. Os pais que não aprendem a elogiar e incentivar os filhos pequenos, nunca terão sucesso com eles no futuro.

Li certa vez algo assim: “Um pai trabalhava na horta e seu filho pequenino o ajudava. O vizinho notou que a criança arrancava as verduras e deixava os matos e disse ao pai: olha vizinho, seu filho vai dar um grande prejuízo agindo assim. O pai lhe respondeu: não, caro vizinho, não vou ter nenhum prejuízo. Eu não estou cultivando minha horta; eu estou investindo no meu filho.” Quanto prejuízo nosso Pai celestial tem conosco, Seus filhos adultos; quantas vezes erramos fazendo a mesma coisa e Ele sempre nos oferece uma segunda chance. Devemos aplicar o mesmo tratamento aos nossos filhos!

7. Incentivo para Errar
Certas atitudes de alguns pais são exatamente como a tentação que vem do maligno. O que quero dizer com isso? Simplesmente que os pais tendo conhecimento de certas dificuldades que os filhos têm, ainda insistem para que eles ajam de forma diferente. Por exemplo: um filho não gosta de nata no leite, mas os pais insistem em oferecer um copo de leite com bastante nata. Se eles recusam são repreendidos e castigados. Palavras duras são usadas e a personalidade da criança é esmagada. Uma criança tem medo de escuro, mas os pais a colocam em um quarto fechado e com a luz apagada. Quando fazem isso estão agindo no mesmo princípio do Diabo: é uma tentação. Os pais podem não gostar de determinadas coisas, mas os filhos não têm esse direito. O pai não gosta de jiló, a mãe não gosta de peixe, mas os filhos têm que gostar de tudo. Dois pesos e duas medidas!

8. Padrões não Atingíveis
Considero uma verdadeira crueldade estabelecer alvos para os filhos, quando sabemos de antemão que eles não possuem condições de alcançá-los. Conheci um bom pai que não aprendeu certas leis fundamentais para a criação dos filhos (e por isso não o critico). Ele queria de toda forma transformar um filho que era desenhista nato em motorista de caminhão. Esse filho foi profundamente afetado em sua vida profissional por causa dessa exigência. Ele não conseguia atingir o nível estabelecido por seu pai e ficava frustrado. Ele perdeu praticamente o sentimento de respeito próprio. Isso veio a refletir até em sua própria família mais tarde. Essas coisas trazem desânimos sobre os filhos e provocam situações muito piores.

Não ouso criticar esse velho pai, porque ele não recebeu nada além disso. Mas aqueles que podem aprender e muitas vezes são aconselhados por aqueles que já passaram por esse caminho e mesmo assim continuam estabelecendo padrões não alcançáveis para seus filhos, a esses eu critico fortemente. Mais ainda, me sinto na obrigação de chamar sua atenção para as sérias conseqüências que resultarão.

9. Provocação para Mentir
Outra coisa que os pais geralmente fazem com os filhos pequenos é provocá-los a mentir. Como isso acontece? Digamos que os pais já tenham conhecimento de algo errado que um filho fez. O pequeno está na sala brincando sozinho. De repente ouve-se um barulho e a mãe para lá corre e constata que um vaso de planta foi jogado ao chão. A terra está espalhada e a planta toda quebrada. As janelas estão fechadas impedindo a passagem de vento; é óbvio, portanto, que a criança fez a arte. Aí a mãe pergunta: Quem fez isso? Tal atitude é a mesma coisa que provocar uma mentira. Devemos perguntar quando não sabemos e não há nenhuma evidência do autor. Mas nesse caso, estaremos dando uma chance à criança de mentir. Isso é condenável!

10. E quando os Pais Erram
Todos os pais têm seus erros. Quem os disciplinam quando erram? Se quebram um prato, um copo, se derramam suco na toalha, se entram com os pés sujos de barro dentro de casa, quem os corrige? Como não há outro maior do que eles dentro de casa, tudo fica do mesmo jeito! Isso significa que há dois pesos e duas medidas, não é mesmo? Será que os pais se lembram disso? Eles cobram dos filhos todo o tempo, mas eles mesmos passam por cima de todos os erros! Não é uma atitude esquisita? Se os pais se sentem desanimados em um dia muito quente, podem deixar de fazer suas tarefas, podem dormir de tarde, podem faltar ao trabalho, podem deixar de almoçar e jantar, podem assistir TV em uma hora não muito apropriada, etc. Mas os pequeninos não! Para eles existem Leis que não podem ser quebradas! Como a Lei Áurea é esquecida nessa questão de criação dos filhos: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo! Isso se aplica também aos filhos. Eles são o nosso próximo e de uma forma especial.

11. Orações Impedidas
Queridos pais, me permitam ser ainda mais franco com vocês. Existem situações em suas vidas por resolver? Orações não respondidas? Ausência de vitória na vida cristã? Com temor e tremor diante do Senhor, aconselho a vocês que considerem em oração como vocês têm tratado os seus filhos. Pensem comigo: Se um líder agir errado para com uma ovelha e não se retratar, Deus não irá corrigi-lo? Se um patrão crente pratica injustiça com um empregado, Deus não tratará com ele? Certamente que sim. O Apóstolo Pedro disse que as orações dos maridos podem ser impedidas diante de Deus, se eles não tratarem suas esposas corretamente (I Pd 3:7). O mesmo principio pode ser aplicado ao tratamento que os pais dão aos seus filhos, porque Deus não faz acepção de pessoas.

Autor: Delcio Meireles

Princípios para Formação da Família

A própria Palavra de Deus é positiva e negativa. Primeiro temos a lei (negativa) no Velho Testamento e depois a graça (positiva) no Novo Testamento. Sem entender a lei não vamos experimentar a graça, porque sem lei nem sentimos necessidade dela.

Nossa cultura é contra a lei
Nossa cultura é dominada pelo príncipe deste mundo e ele tem um plano de subverter o reino de Deus que exige autoridade. A estratégia de Satanás é tirar a autoridade de Deus, colocar anarquia (falta de governo ou chefe) para no fim implantar seu próprio sistema. Esta guerra contra autoridade começou desde o início no Éden. Deus falou: "Não comerás deste fruto" e Satanás disse: "Será que Deus quis dizer isto mesmo? Pode comer, vai ser bom para você" . A psicologia moderna, por exemplo, afirma que não existe pecado e que o homem é inerentemente bom. Só precisa de um ambiente certo onde possa fazer sua vontade, sem restrições, com amor e liberalidade. Mas isto não está funcionando porque as escolas estão produzindo alunos cada vez piores. Li num artigo na revista "Time" que nos Estados Unidos as pessoas estão saindo do segundo grau sem saber ler corretamente. Isto porque a educação moderna não enfatiza disciplina mental nem moral. Permite ao aluno fazer a sua própria vontade.

Nós como cristãos precisamos estar alerta, pois esta filosofia contra autoridade e disciplina tem invadido todos os meios de comunicação e educação - rádio, televisão, escolas e igrejas. Nossos filhos, por exemplo, vão para escola e aprendem diariamente princípios contra a Palavra de Deus. Recentemente uma pesquisa nas escolas primárias dos Estados Unidos constatou que está sendo suprimido dos livros de estudos sociais toda referência sobre Deus e religião na história da formação da nação. Isto mostra como é firme e sutil a estratégia de Satanás, pois religião foi fundamental na formação da nação americana.

Precisamos ir contra esta corrente que ensina que amor, tolerância e permissividade são as coisas certas. Precisamos aprender o significado da palavra "não" e usá-la com autoridade na criação de nossos filhos.

O Princípio da Cruz - Quebrantamento da Vontade
Este princípio é fundamental para a formação do caráter de nossos filhos. Temos de entender que o homem caiu, e mesmo sendo nenê sua natureza não presta. É egocêntrico e vai ficar cada vez pior se não experimentar o "não" da lei. Se Deus, que é o modelo de toda paternidade, enviou Seu Filho para morrer na cruz, negando Sua vontade, nós também temos de criar nosso filhos quebrando-os para a salvação em Cristo que exige a morte de nossa vontade para a aceitação da vontade de Deus. A criança não tem força sozinha para negar sua vontade. Precisa de nossa ajuda e autoridade assim como nós precisamos de Cristo para nos salvar de nossas carnalidades e egoísmos. Se pensamos que estamos fazendo um bem deixando-a fazer o que quiser, estamos enganados. A pessoa mais miserável que existe é a que faz sua própria vontade, pois a vontade do homem caído leva para a perdição. Você já reparou que uma criança que faz o que quer não é feliz? Está sempre chorando, fazendo birra, insatisfeita e inquieta. Ao passo que uma criança que conhece autoridade é mais calma e está sempre querendo fazer algo construtivo.

O Amor vem da Autoridade
A base do verdadeiro amor é a autoridade que vem da lei. Sem lei não há autoridade, sem autoridade não há segurança, e sem segurança não há amor. O fator negativo é necessário para produzir o positivo. O amor que deixa a criança fazer o que quer não é amor. Ela tem necessidade de conhecer seus limites e saber o que é certo e o que é errado. A criança que faz o que quer não sente segurança. No fundo sua consciência a acusa de que está errada, mas sem a autoridade dos pais não consegue parar de fazer aquilo. Os pais não se sentem bem com ela e nem ela os respeita, e ambos acabam ficando frustrados. E num ambiente assim o verdadeiro amor não pode fluir, mas se tem autoridade no lar todos sentem paz porque a coisa certa está acontecendo, e assim o amor pode fluir.

Gálatas 3:23 e 24. Vemos aqui que antes de mostrar sua graça e misericórdia Deus deu a lei. "Mas, antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela da lei... De maneira que a lei nos serviu de aio (preceptor de crianças ilustres ou ricas) para nos conduzir a Cristo." Sem a lei não podemos entender e aceitar a graça. Sem a lei somos "bonzinhos" e bonzinhos não precisam da graça de Deus. A lei é necessária para mostrar nossa situação e necessidade da graça. No contexto da formação da família poderíamos interpretar o versículo 23 assim: "Antes que venha a graça no lar, devemos disciplinar nossos filhos na lei, para que mais tarde possam entender e aceitar a graça de Jesus Cristo" . Este é um princípio muito firme que precisa operar nos lares cristãos. Não podemos pensar que nossos filhos entendem a graça. Nem nós ainda entendemos bem, quanto menos eles.

Os pais são representantes da autoridade de Deus para os filhos. Têm a função de aio até o tempo da graça lhes ser revelada. Sempre falei com minha família: "Se a graça não funciona, a lei vai funcionar. Se você não quer fazer isto pela graça, vai fazer pela lei". E isto funciona porque acaba com a indefinição. Não pense que estou desprezando a graça de Deus. Eu creio nela e à medida que usei a lei com meus filhos ensinava-os sobre a graça e o amor de Deus e a possibilidade disto acontecer. Porém, não creio em anarquia que dá lugar a Satanás para se aproveitar do amor de Deus e deixar as pessoas fazerem o que quiserem. Enquanto não entende a graça, a criança precisa de definição, de autoridade. E através da autoridade dos pais ela vai entender como Deus é e estará sendo preparada para conhecer a Cristo e o Seu amor. O amor e alegria verdadeiros fluem de um ambiente com ordem e princípios, e não com anarquia.

É claro que só o lado negativo não vai resolver tudo; no final o positivo e o negativo precisam ser equilibrados. Mas em nossa época o positivo tem sido tão enfatizado que torna-se necessário entender bem o negativo para aproveitar o positivo.

Autor: John Walker
Extraído do livro "Sete Princípios para a Formação da Família Cristã" do irmão John Walker da Workship Produções

Como Ser um Esposo ou uma Esposa|

O querido irmão Watchman Nee disse certa vez: “Se alguém desejar ser uma enfermeira, serão necessários alguns anos de estudo. Se alguém desejar ser um engenheiro, ele tem que por vários anos de treinamento. Se você desejar ser um médico, você precisa gastar muitos anos estudando e em treinamento prático. Em outras palavras, todo serviço requer treinamento. Se você não for treinado e preparado adequadamente, você não será capaz de assumir um serviço e fazê-lo bem. Não é estranho esperar, então, que tão logo um homem e uma mulher se casem, o homem saiba como ser um esposo e uma mulher saiba como ser uma esposa sem nenhum treinamento? Automaticamente por estarem nesta posição, eles saberão como ser um esposo e como ser uma esposa? Não é de se admirar que existam tantos esposos e tantas esposas tão inadequados. Eles nunca aprenderam como ser esposos e esposas! Porém, se o esposo ou a esposa realmente estiverem determinados a aprender, após cinco anos eles podem ter sucesso.”

Creio que ao dizer isso, ele queria impressionar as pessoas de forma que vissem que não devemos menosprezar esta questão. Este é o trabalho mais importante da nossa vida. Contudo estamos praticamente sem treinamento, sem preparação. Oh, como os esposos precisam estar diante do Senhor a este respeito. Se estivermos diante do Senhor com respeito a isto, pela Sua misericórdia e graça poderemos ser bem sucedidos diante dEle.

Na Bíblia, há ensinamentos, instruções de como ser um esposo e de como ser uma esposa. Freqüentemente, consideramos as cartas aos Efésios e aos Colossenses como dois dos livros mais espirituais na Bíblia. Por quê? Porque a carta aos Efésios fala da Igreja como o corpo de Cristo, e a carta aos Colossenses fala de Cristo como o cabeça da Igreja, que é o Seu corpo. Estas duas cartas atingem, por assim dizer, o ponto máximo da revelação espiritual. Contudo, nessas duas cartas altamente espirituais, nós descobrimos instruções sobre como ser um esposo e como ser uma esposa. Isso é muito prático. Espiritualmente não é algo que flutua no ar, a espiritualidade precisa ser manifestada no viver prático, como descrito nessas duas cartas. É claro, em I Pedro você também encontra isso. O tema inteiro de 1 Pedro é o reino, e contudo ele também toca nesse assunto de esposo e esposa. Assim, nesses três lugares, descobrimos que as Escrituras nos instruem, nos ensinam como ser esposo e como ser esposa.

Permita-me mencionar uma coisa: eu não sei porque em cada um daqueles livros parece que Deus instrui as esposas primeiro então instrui os esposos. Eu tenho meditado sobre isto. No tocante à ordem de Deus, o esposo é o cabeça da esposa e a esposa é o corpo. Primeiro foi criado Adão, e Eva depois. Mas por que quando o assunto é instrução sobre como ser um esposo e sobre como ser uma esposa, a ordem parece estar invertida em todas aquelas três passagens? Primeiro são mencionadas as esposas e então os esposos. Bem, o que concluí é que provavelmente as esposas influenciam os maridos mais do que os maridos às esposas. Fico imaginando se isso é verdade. O jardim do Éden foi a primeira instância. Não foi Adão quem influenciou Eva, mas foi Eva quem influenciou Adão. Oh, quão freqüentemente, por causa da harmonia na família, o esposo, simplesmente concorda com a esposa. Você descobrirá que provavelmente é por esta razão que a primeira instrução é para as esposas. Em outras palavras, se você tiver as esposas corretas, será mais fácil ter esposos corretos. Eu não sei se isto é bem assim, é apenas uma suposição. Mas você pode meditar sobre isso.

A Palavra de Deus para as Esposas
Naqueles três livros você encontrará o ensinamento de Deus com respeito às esposas, de como ser uma esposa. Em todos os três lugares, Deus enfatiza apenas uma coisa acima de todas. Em Efésios: “Esposas, submetei-vos aos vossos maridos como ao Senhor.” Em Colossenses: “Esposas, sede submissas aos vossos próprios maridos, pois isto é apropriado no Senhor.” Em 1 Pedro: “Esposas, sede submissas aos seus maridos, mesmo se seu marido não é do Senhor.” Em outras palavras, o ensinamento da Bíblia no que concerne a ser uma esposa é a questão da submissão ou sujeição. Este é o ponto principal.

A Bíblia não diz: “Esposas, amem seus maridos.” Parece que é muito natural para as esposas amar seus maridos, mesmo embora isto seja amor natural. Mas para as esposas serem submissas aos seus maridos, requer um amor Divino. Esposas, vocês tem um amor natural em vocês, mas nesse amor natural não há submissão. Para demonstrar realmente que você ama seu esposo você precisa do amos de Cristo em você, porque somente no amor de Cristo, existe esse aspecto de submissão. É submissão que vem do amor, não de uma ordem de comando, não da compulsão, não da força. Mas, como Cristo Se submete-se ao seu esposo. Ela busca adaptar-se ao seu esposo. Ela procura completar e aperfeiçoar seu marido. Ela abre mão de seu próprio desejo. Ela se submete ao seu esposo em amor.

Submissão, nas Escrituras, é mais uma de questão de atitude de coração ou atitude mental. Há uma atitude do coração, uma atitude interior de submissão. Por que submeter-se? Por causa do amor de Cristo. Ao submeter-se ao seu marido, a esposa está submetendo-se ao Senhor. Em outras palavras, a menos que você possa ver o Senhor você não consegue se submeter. Muitas esposas dirão: “Por que eu deveria me submeter ao meu marido?” Por quê? Se você vir o Senhor, então, do mesmo modo que Cristo Se submete a Deus, você se submeterá ao seu marido como ao Senhor. Você tem no Senhor o seu padrão, o seu exemplo, e você deixa que a vida de Cristo no seu interior lhe constranja em amor. Esta é a única maneira de se submeter.

Mesmo em famílias não-cristãs, as pessoas tem esse conceito, de que as esposas devem submeter-se aos esposos. Mas isto é apenas moral. Quando você considera uma família cristã, isto não é algo meramente moral, é algo espiritual. Quando a esposa se submete ao marido isso é algo espiritual porque ela o faz como ao Senhor. Ela vê o Senhor. E ela é motivada e suprida pela vida de Cristo, pelo amor de Cristo no seu interior, e isso é diferente. Ela não tentará conquistar o coração do seu marido arrumando os seus cabelos, usando jóias ou ricos ornamentos. Nesse mundo as mulheres tentam atrair e segurar seus maridos com estas coisas externas. Elas pensam que fazendo estas coisas, podem ganhar o coração dos seus maridos. Mas uma esposa cristã ganhará o coração do seu marido pela beleza do homem interior. Assim, para as esposas, Deus pede apenas uma coisa: que se submetam em amor como ao Senhor. Isto é apropriado no Senhor.

A Palavra de Deus para os Esposos
Novamente você descobrirá que em três diferentes lugares, a ênfase de Deus para o esposo é também uma coisa: amor. Parece até que é como se fosse fácil para os esposos se submeterem às suas esposas. Assim, a Bíblia diz: “Amai vossas próprias esposas como Cristo amou a Igreja e Se deu a si mesmo por ela”. Mais uma vez, aqui, não se trata de amor natural. A palavra amor é ágape, é aquele amor absoluto, aquele amor de Cristo. A menos que o esposo se submeta realmente a Cristo e permita que o amor de Cristo encha seu coração, ele não conseguirá amar sua esposa como Cristo amou a Igreja. Assim, mais uma vez você descobrirá que o padrão é Cristo e o suprimento do poder de amar também é Cristo. Isto é algo espiritual. O esposo não deve exigir o tempo todo. Ele deve se dar como Cristo deu-se a Si mesmo pela Igreja.

Se o esposo aprender a amar e a esposa aprender a se submeter, o esposo não terá necessidade de dizer à sua esposa para se submeter, nem a esposa terá que dizer ao marido que a ame. Em outras palavras, tome a Palavra de Deus para si mesmo, e não tente usa-la para outra parte. Se tanto o esposo quanto a esposa tomarem a Palavra de Deus de coração, com respeito a si mesmos e não esperarem que seja o outro quem comece, mas tentarem começar eles mesmos, não haverá problema.

A Palavra diz: “Esposos amai vossas mulheres” e, negativamente, Deus acrescenta um ponto mais: “Não sejais amargos com elas”. O que significa que algumas vezes o esposo pode exigir demais. Eles tratam suas esposas como escravas, e porque suas esposas não cumprem suas exigências, eles ficam infelizes e até mesmo amargos. Os esposos devem ter maior consideração pois as esposas são vaso mais fraco no sentido de que na sua constituição, no seu modo de ser, elas são diferentes. Portanto os esposos precisam amar e ter mais consideração para com as esposas. Estas são as instruções que encontramos nas Escrituras.

A Necessidade de Ajuste
Finalmente, esposo e esposa devem ajustar um ao outro. Lembrem-se que duas pessoas adultas com anos de experiência, tem os seus hábitos bastante arraigados. Eles tem duas vontades independentes. Para dois adultos unirem-se em um só não é uma coisa fácil, tem que haver muitos ajustes.

Eu vou resumir dizendo o seguinte: primeiro, a família não é um reformatório , é um cadinho de fundição. Não suponha que um esposo possa dizer: “Bem, eu me casei com uma mulher e eu vou transformá-la e adapta-la a mim.” Isto é como encarar a família como um reformatório. Talvez, a esposa tenha a mesma idéia. “Eu vou transformá-lo”. Não, a família não é um reformatório, é um cadinho de fundição. Como vocês podem ser fundidos juntos? Em primeiro lugar, cada um tem de ser derretido. Primeiramente você tem que desistir de si mesmo e não tentar transformar o outro. Ambos precisam ser derretido, ambos precisam negar o seu eu, e então você podem ser fundidos em um só.

Em segundo lugar a família não é um tribunal; é uma escola. Não é um lugar para se discutir quem está certo ou quem está errado, como no tribunal. Não, isto não é uma família. A família é uma escola, para que tanto o homem quanto a mulher possam ser ensinados. Há muitas lições para serem aprendidas. Não há nenhum lugar onde você pode aprender mais lições práticas e espirituais do que em sua própria casa. Nesse ponto é onde os solteiros perdem muitas lições. Em terceiro lugar, a família não é um campo de batalha, é uma oficina. Você não tenta permanecer em posição opostas e guerrear contra o outro. Não, é uma oficina. Vocês trabalham juntos para realizar a obra de Deus. Isso é uma família, e por isso, há muitas coisas práticas que vocês precisam pensar e muitos ajustes que precisam ser feitos.

Como louvamos ao Senhor porque Sua vida em nós é real, prática, objetiva. Sem Ele nada podemos fazer, nem mesmo sabemos como ser um esposo ou uma esposa. Mas para o Senhor, todas as coisas são possíveis. Nós nos lançamos diante do Senhor e oramos para que pela Sua graça e por causa da sua vida nas nossas famílias, a ordem divida possa ser estabelecida. Que haja esse amor e submissão. Que o Senhor seja glorificado em nossas famílias e que a Sua Igreja seja edificada.

Autor: Stephen Kaung
Extraído do livro "O Propósito de Deus para a Família" do irmão Stephen Kaung da Edições Tesouro Aberto



“...haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos”
(2 Timóteo 4.3)

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