O Martelo das Feiticeiras (Malleus Maleficarum)
Manual Operacional da Inquisição
Este livro é o manual autorizado para os oficiais da Defesa da Fé. Você pode baixar uma cópia dele, na tradução para o inglês, em http://www.malleusmaleficarum.org/mmtoc.html. Esse termo em latim significa literalmente "Martelo Contra o Mal". A palavra malleus significa martelo, enquanto malefic significa "produzir o mal ou o desastre" e maleficence significa mal, dano, maldade". [Tormont Webster's Illustrated Encyclopedic Dictionary, págs. 1022-2].
"Em 5 de dezembro de 1484... o papa Inocêncio VIII assinou uma bula em que deplorava a prevalência das bruxas e incumbia dois monges dominicanos, Heinrich Kramer e Jacob Sprenger, de iniciarem a uma guerra santa contra 'essa seita satânica'. Os bispos, sacerdotes e as autoridades leigas receberam a ordem de dar toda a assistência aos dois. Como diretrizes para a monstruosa perseguição que seria lançada contra as bruxas, os dois 'santos' irmãos produziram um manual, O Martelo das Feiticeiras, que entrava nos detalhes mais explícitos possíveis para capacitar os inquisidores a forçar confissões de uma pessoa torturada. O livro tornou-se o manual padrão para a caça e extermínio das bruxas." [Thompkins, The Magic of Obeliscs, págs. 389-390].
Em 5 de dezembro de 1484, o desvio sexual produzido pelo celibato tomou uma proporção significativa da Inquisição. Subitamente, padres com desvio sexual podiam no mínimo satisfazer voyeuristicamente suas lascívias carnais e muitos deles podiam na verdade forçar as mulheres acusadas de bruxaria a terem sexo com eles durante o período de tortura.
Subitamente, portanto, a Inquisição deu uma dramática virada para o pior, especialmente para as mulheres.
Lembre-se, a Inquisição foi dirigida pelo sacerdócio, o sacerdócio celibatário. Como o celibato deixou os sacerdotes de todas as religiões de mistério, de Babilônia, da Grécia e de Roma, carentes de sexo, não devemos estar surpresos em descobrir que a Inquisição assumiu uma entonação sexual pelos sacerdotes carentes de sexo que operavam aquela matança histórica.
Além disso, como uma obsessão sexual de origem demoníaca ,"Os Sete Principados do Reino das Trevas, para ter uma melhor compreensão] tinha vindo sobre os oficiais da Inquisição, não devemos estar muito surpresos ao descobrir que uma grande parte dessa "entonação sexual" girava em torno da obsessão dos sacerdotes, não apenas com sexo, mas com sexo pervertido, e não apenas sexo pervertido, mas sexo entre mulheres e demônios! Achamos muitíssimo interessante que na Parte 2, Questão 2, os autores na verdade admitem estarem "fascinados" por esse assunto das relações sexuais. Eles dizem: "Tratamos do problema do fascínio maléfico exercido pelo olhar." [http://www.malleusmaleficarum.org/part_I/mm01_02c.html].
Essa perversão sexual está centrada em mulheres feiticeiras e em suas supostas relações sexuais com demônios. O Martelo das Feiticeiras é um documento muito esclarecedor, pois demonstra o novo e súbito terror que esteve diante de todas as mulheres que viveram durante o período da Grande Inquisição. Se uma mulher fosse acusada de bruxaria, ela poderia ser submetida à tortura de um modo muito especial, como detalharemos em seguida. Você descobrirá o quão eficiente poderia ser uma ameaça de um sacerdote, de mentir para a Inquisição se uma mulher se recusasse a ter sexo com ele; a maneira mais eficiente em que o sacerdote poderia mentir para os oficiais da Inquisição seria declarar que ele tinha descoberto, por meio da confissão da mulher, que ela era uma feiticeira. Como a acusação era igual à culpa, essa mulher seria submetida aos tipos de tortura descritos em seguida.
Mas, primeiro, vamos examinar O Martelo das Feiticeiras para descobrir do que ele trata. O manual é extremamente longo e tivemos de fazer um grande resumo dele. Qualquer pessoa que esteja buscando saber a verdade deveria separar um tempo e fazer um esforço de ler o livro inteiro. Em algumas passagens, você achará que está lendo uma forma disfarçada de pornografia!
Este manual está dividido em três partes. A parte principal está em http://www.malleusmaleficarum.org/mmtoc.html
Primeira Parte — Trata das três condições necessárias para a bruxaria: O diabo, a bruxa e a permissão do Deus Todo-Poderoso.
Segunda Parte — Trata dos métodos pelos quais se infligem os malefícios e de que modo podem ser curados.
Terceira Parte — Trata das medidas judiciais no Tribunal Eclesiástico e no Civil a serem tomadas contra as bruxas e também contra todos os hereges
Agora, vamos ver a Primeira Parte com algum detalhe. Como não podemos reimprimir tudo, citaremos as partes mais pertinentes, fornecendo o endereço URL para que você possa estudar mais quando tiver um tempo livre. Em alguns casos, não pudemos imprimir coisa alguma para não ofender as sensibilidades cristãs, de modo que apenas fornecemos o endereço URL para que você possa ler se desejar.
[Nota do Tradutor: Obviamente, o texto fornecido nesses links é da tradução do manual do latim para o idioma inglês; para o leitor de língua portuguesa recomenda-se a aquisição do livro O Martelo das Feiticeiras, de Heinrich Kramer e James Sprenger, tradução de Paulo Fróes, Editora Rosa dos Tempos, direitos adquiridos pela Editora Record, http://www.record.com.br/detalhe.asp?tituloLivro=1397].
PRIMEIRA PARTE — "DAS TRÊS CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA A BRUXARIA: O DIABO, A BRUXA E A PERMISSÃO DO DEUS TODO-PODEROSO" [http://www.malleusmaleficarum.org/part_I/mm01_toc.html].
Questão 1 — "Se crer em bruxas é tão essencial à fé católica que sustentar obstinadamente opinião contrária há de ter vivo sabor de heresia" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_I/mm01_01a.html].
Questão 2 — "Se está de acordo com a fé católica sustentar que os demônios cooperam intimamente com as bruxas para realizarem certos prodígios, ou se um sem as outras — ou seja, os demônios sem as bruxas, e vice-versa — é capaz de realizá-los." — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_I/mm01_02a.html].
Na discussão da Questão 2, o sacerdote que escreveu este documento acusa as bruxas de se entregarem a "toda sorte de atos carnais com íncubos e súcubos e a toda sorte de prazeres obscenos". O dicionário define "íncubo" como um demônio que copula com uma mulher, enquanto "súcubo" é um demônio feminino que copula com um homem.
Após afirmar que esse fenômeno é possível, o sacerdote encerra a Questão 2 dizendo:
"... três dificuldades requerem elucidação. A primeira é a da consideração geral dos demônios chamados íncubos. A segunda é a mais particular: De que modo os íncubos realizam o ato humano do coito? A terceira também é especial: de que modo as bruxas se relacionam e copulam com tais demônios?" [pág. 78].
Você pode ver a fascinação mórbida com esse tipo de desvio sexual?
Questão 3 — "Se crianças podem ser geradas por íncubos e súcubos." — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_I/mm01_03a.html].
Novamente, após desperdiçarem muitas palavras "debatendo" os dois lados da questão, os autores declaram que é uma visão católica "sustentar que os homens podem, às vezes, ser gerados por íncubos e súcubos. Em seguida, os autores declaram que qualquer católico que não acreditar nessa tolice será considerado um herético, e os heréticos são levados à Inquisição.
Os autores concluem que crianças podem nascer em decorrência do ato sexual entre um demônio e uma mulher, por meio de um processo elaborado:
"... mas a vida, na sua corporalidade, advém do sêmen — e os íncubos, com a permissão de Deus, são capazes de tal ato, através do coito. Mas o esperma não provém do íncubo, já que para esse fim ele o terá recebido de outro homem... Pois o demônio é súcubo para o homem e se torna íncubo para a mulher." [pág. 85].
Os autores continuam nessa linha de raciocínio falacioso:
"Pode-se agora perguntar de quem é filha a criança assim gerada. Está claro que não o é do diabo, mas do homem cujo sêmen foi recebido... já que através dessa obscenidade pode contaminar o corpo e a alma de toda a humanidade... Ou porque o demônio incorporado em uma mulher deva receber o sêmen de outro demônio incorporado em um homem, estando ambos autorizados, pelo príncipe dos demônios, a praticar alguma forma de bruxaria..." [pág. 86].
"Enunciaremos, por fim, três proposições. Em primeiro lugar, que os atos venéreos mais obscenos são praticados por esses demônios, não por mero deleite, mas para a perdição das almas e dos corpos dos que deles participam como súcubos ou íncubos. Em segundo lugar, que, através desses atos, as mulheres podem de fato conceber e gerar, na medida em que os demônios sejam capazes de depositar-lhes o sêmen humano (em seu útero), onde já uma substância correspondente... Em terceiro lugar, que na concepção dessas crianças só o movimento local há de ser atribuído aos demônios, o qual não advém dos poderes do diabo ou do corpo em que se instalam, e sim do homem a quem pertencia o sêmen; donde a criança gerada não é filha do diabo, e sim de algum homem."
Você pode ver a obsessão desses autores com o assunto de sexo entre um demônio e uma feiticeira. Essa obsessão colocava as mulheres em um perigo especial na Inquisição, como você verá em breve.
Questão 4 — "Quais os demônios que praticam os atos dos íncubos e dos súcubos?" [http://www.malleusmaleficarum.org/part_I/mm01_04a.html].
Os nomes de Belial, Leviatã, Satã e Belzebu e outros demônios menores conhecidos tanto dos praticantes de Magia Branca e Magia Negra são mencionados como demônios que virão para manter relações sexuais com feiticeiros e bruxas. Novamente, acho muito interessante que tanto tempo, esforço e atenção sejam dados ao assunto sexo por sacerdotes supostamente celibatários. Somente quando você percebe que o celibato cria um sacerdócio carente de sexo que está constantemente com obsessão por sexo que essa situação torna-se compreensível.
Acho muito interessante que os monges que escreveram esse manual da Inquisição listem diversos pecados tão repugnantes que eles acreditam que nem os demônios cometeriam — demônios podem ter sexo normal com seres humanos, mas nunca cometeriam o pecado repugnante da sodomia ou da homossexualidade, porque são "contra as leis da natureza" e tão repugnantes que nem mesmo os anjos caídos e do mal participariam nisso, assim diz esse manual da Inquisição Católica.
Todavia, sabemos que, em toda era desde 1123, quando o celibato foi decretado, incluindo o tempo presente, a homossexualidade é desmedida entre os padres! Novamente, vemos a "hipocrisia profissional" dos padres em toda era, um fato levantado pela primeira vez pelo ex-padre Vinet em seu livro "I Was a Priest"
Essa professa repulsa à homossexualidade significa que, se a Inquisição estivesse em vigor hoje, os padres pedófilos seriam enviados aos Oficiais da Inquisição para sofrerem torturas horríveis e morrerem nas mãos dos verdugos do papa?
Questão 5 — "Qual a causa do crescimento dos atos de bruxaria? Por que tem aumentado tanto a prática da bruxaria?" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_I/mm01_05a.html].
De modo a justificar essa tremenda campanha para erradicar os hereges e as bruxas, os autores tiveram de descobrir um grande aumento na quantidade de feitiçaria sendo praticada em seu tempo. Não há dúvida que a feitiçaria era uma prática muito forte durante aquele tempo, mas uma bruxa pode confirmar para você hoje que a principal razão para aquela atividade demoníaca era que a Igreja Católica Romana tinha erigido uma poderosa prática da feitiçaria da Magia Branca que estimulou todo o reino demoníaco a uma atividade cada vez maior.
"... As bruxas depravam-se através do pecado, logo, a causa de sua depravação não há de residir no diabo e sim na vontade humana... os atos das bruxas são de natureza tal que não podem ser realizados sem o auxílio de demônios... Bruxas são assim chamadas por causa da atrocidade de seus malefícios; perturbam os elementos e confundem a mente dos homens sem se utilizarem de qualquer poção venenosa, apenas pela força de seus encantamentos — a destruir almas e a provocar toda sorte de efeitos que não podem ser causados pela influência dos corpos celestes com a mera intermediação de um homem. [pág. 96]... Parece assim que a vontade maligna do diabo é a causa da vontade maligna no homem, e especialmente, nas bruxas." [pág. 97].
Após dizer o óbvio, que o mal não é estimulado por influências externas como as estrelas e os corpos celestes, nem pelo Destino, os autores dizem: "A bruxaria não é causada pelas forças que movem os astros." Eles então listam as atividades decretadas das bruxas: "cometem assassinatos, praticam a fornicação e fazem o sacrifício de crianças e de animais — sendo chamadas bruxas pela natureza maligna de seus atos." [pág. 104].
Os autores então declaram: "Esses atos de bruxaria não podem ser causados pela malícia humana; em segundo lugar, não podem ser causados por palavras mágicas ou por imagens, sejam quais forem os astros em conjunção. A bruxaria não se faz tão-só pela malícia humana." Isso pressupõe que, como a feitiçaria é muito real, ela precisa ocorrer como resultado da malignidade humana mais a malignidade sobrenatural dos demônios.".
De fato, essa é exatamente a direção para a qual esses autores católicos estão caminhando. "Mas o mago, como os opera através de pacto firmado, o faz, diz-se, por contrato privado, pois que os opera por meio do diabo que, pelos seus poderes naturais, é capaz de atuar fora de ordem da natureza criada que é de nós conhecida. [pág. 107]... Mas as obras das bruxas estão fora da ordem comum da natureza e, portanto, não estão submetidas a tais influências. [pág. 109]"
Portanto, a Igreja Católica Romana declarou que a razão por que a feitiçaria tinha aumentado de forma tão dramática, exigindo assim uma resposta corretiva severa por meio do aparato da Inquisição, é que certos homens e mulheres — os magos e bruxas — tinham entrado em um pacto com o diabo para criar muito mal. Nenhuma explicação é dada sobre a razão para essa atividade ter aumentado tão subitamente durante aquele período de tempo da história.
Questão 6 — "Sobre as bruxas que copulam com demônios. Por que principalmente as mulheres se entregam às superstições diabólicas" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_I/mm01_06a.html]
Este assunto inicia o período de tempo quando as mulheres se sentiam especialmente ameaçadas pela Inquisição. As mulheres são escolhidas, ostensivamente, por que estavam copulando com demônios; mas realmente, você precisa se perguntar se todo esse assunto não era nada mais e nada menos que fantasias frenéticas de sacerdotes "celibatários" e com carências sexuais?
"... a respeito das bruxas que copulam com demônios... Da parte das mulheres cumpre indagar se apenas as que foram concebidas dessa forma obscena são freqüentemente visitadas pelos demônios; ou se o são apenas aquelas oferecidas aos demônios pelas parteiras por ocasião de seu nascimento; e, por fim, se o deleite com o ato venéreo é de algum tipo mais fraco... Vamos deter-nos por ora, no problema das mulheres; e, em primeiro lugar, tentaremos explicar por que essa perfídia é mais encontradiça nas pessoas do sexo frágil e não em homens."
Assim, as mulheres foram mais visadas durante essa era da Inquisição! Uma vez que os líderes católicos desenvolveram uma obsessão pela questão de demônios copularem com mulheres, o que estava vedado para eles próprios, a obsessão parece ter se estabelecido. O primeiro fator mencionado é que as mulheres estão mais dispostas à superstição do que os homens! Em seguida, a discussão sobre as mulheres realmente desce ladeira abaixo. Veja:
"Da perversidade das mulheres fala-se no Eclesiástico 25: "Não há veneno pior do que o das serpentes; não há cólera que vença a da mulher. É melhor viver com um leão e um dragão que morar com uma mulher maldosa." E entre o muito que, nessa passagem escriturística, se diz da malícia da mulher, há uma conclusão: 'Toda a malícia é leve, comparada com a malícia de uma mulher.' Pelo que São João Crisóstomo comenta sobre a passagem: 'É melhor não casar."
Novamente, vemos a doutrina ensinada por demônios [1 Timóteo 3:1-3] levantar sua horrenda cabeça. O que Deus diz?
"Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará." [Hebreus 13:4]
Entretanto, essa diatribe contra as mulheres ainda não acabou:
"Que há de ser a mulher senão uma adversária da amizade, um castigo inevitável, um mal necessário, uma tentação natural, uma calamidade desejável, um perigo doméstico, um deleite nocivo, um mal da natureza, pintado de lindas cores. Portanto, sendo pecado dela divorciar-se, conviver com ela passa a ser tortura necessária: ou cometemos o adultério, repudiando-a, ou somos obrigados a suportar as brigas diárias'. Diz Cícero no segundo livro de suas Retóricas: 'A lascívia multímoda dos homens leva-os a um só pecado, mas a lascívia unívoca das mulheres as conduz a todos os pecados, pois que a raiz de todos os vícios da mulher é a cobiça'... A mulher que solitária medita medita no mal." [págs. 114-115].
Embora depois os autores lembrem rapidamente as virtudes das mulheres de boa índole, eles bem depressa retornam o tema da perversidade nas mulheres.
"No entanto, em muitas vituperações que lemos contra as mulheres, o vocábulo mulher é usado para indicar a lascívia da carne. Conforme é dito: 'Encontrei uma mulher mais amarga que a morte e uma boa mulher subordinada à concupiscência carnal." [pág. 115].
Se essa é a atitude da hierarquia católica em relação às mulheres, podemos ver parte da razão por que as mulheres estavam tão temerosas durante o período da Inquisição. Mesmo as mulheres católicas devotas viviam com medo, pois sabiam que por causa de uma mentira podiam ser levadas às torturas da Inquisição e à morte inevitável.
Os autores então declaram que a primeira razão por que as mulheres estão mais propensas à superstição está no fato de serem mais "crédulas" e de "coração leviano" do que os homens:
"A segunda razão é que as mulheres são, por natureza, mais impressionáveis e mais propensas a receberem a influência do espírito descorporificado; e quando se utilizam com correção dessa qualidade tornam-se virtuosíssimas, mas quando a utilizam para o mal tornam-se absolutamente malignas. A terceira razão é que, possuidoras de língua traiçoeira, não se abstêm de contar às suas amigas tudo o que aprendem através das artes do mal; e, por serem fracas, encontram modo fácil e secreto de se justificarem através da bruxaria." [pág. 115].
"Porém, como nos nossos tempos essa perfídia é mais encontrada em mulheres do que em homens, conforme nos ensina a experiência, para os ainda mais curiosos a respeito da razão do fenômeno, acrescentamos o que já foi mencionado: por serem mais fracas na mente e no corpo, não surpreende que se entreguem com mais freqüência aos atos de bruxaria." [pág. 116].
"Mas a razão natural está em que a mulher é mais carnal do que o homem, o que se evidencia pelas suas muitas abominações carnais. E convém observar que houve uma falha na formação da primeira mulher, por ter sido ela criada a partir de uma costela recurva, ou seja, uma costela do peito, cuja curvatura e, por assim dizer, contrária à retidão do homem. E como, em virtude dessa falha, a mulher é animal imperfeito, sempre decepciona e mente." [pág. 116].
"E tal é o que indica a etimologia da palavra que lhe designa o sexo, pois Femina vem de Fe e Minus, por ser a mulher sempre mais fraca em manter e em preservar a sua fé. E isso decorre de sua própria natureza... Portanto, a mulher perversa é, por natureza, mais propensa a hesitar na sua fé e, conseqüentemente, mais propensa a abjurá-la — fenômeno que conforma a raiz da bruxaria." [pág. 117].
"E Sêneca (Tragédias, VIII): 'Nem labaredas sinistras, nem ventos assoladores, nem armas mortíferas: nada há de mais temível que a lascívia e o ódio de uma mulher repudiada do leito matrimonial.'... E isso é também comprovado pelo caso da mulher que, em falso testemunho, acusou José e causou-lhe a prisão por não ter consentido em praticar, com ela, o crime de adultério (Gênesis 30). A causa mais poderosa a contribuir para o crescimento da bruxaria reside na rivalidade deplorável entre pessoas casadas e solteiras, homens e mulheres. Se isso já ocorre entre as mulheres devotas e santas, que dizer entre as demais?" [pág. 117].
A visão católica das mulheres era especialmente reduzida, mesmo entre as "mulheres santas" e parecia girar em torno de sexo, como evidenciado pela seguinte afirmação sucinta:
Ou então esta:"Conforme é dito: 'Encontrei uma mulher mais amarga que a morte e uma boa mulher subordinada à concupiscência carnal.' " [pág. 115].
Considere esta:"Queria assim dizer que a mulher, embora seja bela aos nossos olhos, deprava o nosso tato e é fatal ao nosso convívio." [pág. 120].
"Concordamos com o que diz Cato de Útica: 'Se pudéssemos livrar o mundo das mulheres não ficaríamos afastados de Deus durante o coito. Por que, verdadeiramente, sem a perversidade das mulheres, para não falar da bruxaria, o mundo ainda permaneceria à prova de inumeráveis perigos.' " [págs. 119-120].
"Consideremos outra de suas propriedades — a voz. Mentirosas por natureza, o seu discurso a um só tempo nos aguilhoa e nos deleita. Pelo que sua voz é como o canto das Sereias, que com a sua doce melodia seduzem os que se lhes aproximam e os matam... Mais amarga que a morte, mais uma vez, porque a morte é natural e destrói somente o corpo; mas o pecado que veio da mulher destrói a alma por privá-la da graça, e entrega o corpo à punição pelo pecado... Pois que os homens não são apanhados apenas pelo desejo carnal quando vêem e ouvem as mulheres. Diz-nos São Bernardo: 'O seu rosto é como vento cáustico e a sua voz como o silvo das serpentes: lançam conjuros perversos sobre um número incontável de homens e de animais.' E ao falar-se que o seu coração é uma rede, se está a referir à malícia inescrutável que reina em seus corações. E suas mãos são como algemas para prender: quando botam as mãos numa criatura, conseguem enfeitiçá-la com o auxílio do diabo." [pág. 121].
Como essa era a opinião a respeito das mulheres na hierarquia da Igreja Católica Romana, é para se admirar que as mulheres se sentiam especialmente vulneráveis diante da Inquisição? Com sacerdotes que tinham essa visão incrivelmente distorcida da falta básica de valor de uma mulher, é difícil compreender por que eles torturavam as mulheres do modo como faziam? Posteriormente voltaremos a esse assunto.
Dada a contínua obsessão e lascívia carnal e perversões do sacerdócio católico 'celibatário' é preciso perguntar se esse tratado sobre bruxas que copulam com demônios é mais um produto de um clero carente de sexo do que resultado da realidade.
"Toda bruxaria tem origem na cobiça carnal, insaciável nas mulheres... Pelo que, para saciarem a sua lascívia, copulam até mesmo com demônios. Poderíamos ainda aditar outras razões, mas já nos parece suficientemente claro que não admira ser maior o número de mulheres contaminadas pela heresia da bruxaria. E por esse motivo contém referir-se a tal heresia culposa como a heresia das bruxas e não a dos magos, dado ser maior o contingente de mulheres que se entregam a essa prática. E abençoado seja o Altíssimo, que até agora tem preservado o sexo masculino de crime tão hediondo: como Ele veio ao mundo e sofreu por nós, deu-nos, a nós, homens, esse privilégio." [pág. 121].
Questão 7 — "Se as bruxas são capazes de desviar o intelecto dos homens para o amor ou para o ódio." [http://www.malleusmaleficarum.org/part_I/mm01_07a.html].
"Mas em contraponto a tal argumento, temos que o diabo tenta o homem não apenas no plano visível, como também no invisível, e que, entretanto, não havia de ser verdadeiro caso não pudesse exercer alguma influência sobre a mente interior Ademais, S. João Damasceno diz: 'Todo mal e toda obscenidade são concebidos pelo demônio.' E Dionísio, em De Vin. Nom. VI, declara: 'Numa multidão de demônios reside a causa de todo mal.', etc. [pág. 124]... De forma visível, ao aparecer para as bruxas em forma de homem: falando-lhes materialmente e persuadindo-as ao pecado. Assim tentou nossos primeiros ancestrais no Paraíso na forma de uma serpente..." [pág. 125].
"Portanto, tendo os demônios aprendido, pela observação dos atos humanos, a que paixões estão os homens mais propensos, incitam-nos ao amor e ao ódio desmedidos, imprimindo-lhes na imaginação o seu propósito, da forma mais forte e mais eficaz. E isso lhes é muito fácil, pois ao amante é fácil recordar a imagem de sua amada, retendo-a prazerosamente em seus pensamentos."
"Mas é por bruxaria que se realizam tais obras quando para tal se utilizam de bruxas, por virtude do pacto com elas firmado... Cumpre lembrar o que já foi dito: o demônio invisivelmente induz o homem ao pecado, não só persuadindo-o, mas predispondo-o..." [pág. 128].
"A respeito do que dissemos nos parágrafos precedentes, cabe ao pregador indagar se é ponto de vista católico sustentar serem as bruxas capazes de contaminar a mente dos homens pela paixão desenfreada por mulheres desconhecidas — inflamando de tal forma seus corações ao ponto de persistirem nesse amor, a despeito da vergonha ou do castigo, das palavras ou dos atos; cabe indagar se é católico fomentar de tal forma o ódio aos casais a ponto de não conseguirem procriar; e de, no silêncio profundo da noite, passarem a percorrer grandes distâncias na busca de amantes e de parceiras ilícitas." [págs. 128-129].
"Cumpre considerar primeiro o enfatuamento e o ódio, para depois tratarmos do encantamento dos princípios germinativos." [pág. 129].
Novamente, vemos essa obsessão com o "poder germinativo" do sexo. A obsessão é a ordem do dia para esses oficiais da "Santa" Inquisição, exatamente como é para todo praticante de feitiçaria em todas as eras.
Questão 8 — "Se as bruxas são capazes de obstruir os forças generativas ou de impedir o ato venéreo." [http://www.malleusmaleficarum.org/part_I/mm01_08a.html].
"O fato de as meretrizes e prostitutas mais se entregarem à bruxaria é consubstanciado pelas fórmulas mágicas professadas pelas bruxas contra o ato da procriação." [pág. 134].
"Esclarecendo algumas dúvidas incidentais a respeito da copulação impedida pelas bruxarias:... Se for perguntado de que modo o demônio promove esse efeito, há de responder-se que obstrui a força genital, não de forma intrínseca, pela lesão do órgão, mas de forma extrínseca, inutilizando-o. Logo, por ser obstrução artificial e não natural, é capaz de tornar o homem impotente face a determinada mulher mas não face às outras; ao remover a inflamação de seu desejo lascivo por ela mas não pelas outras — seja através de seus próprios poderes, seja através de alguma erva ou pedra, ou ainda através de algum meio natural oculto..."
"Não apenas isso: como a impotência, vez ou outra, é causada por frieza natural, ou por alguma outra falha natural, pergunta-se de que modo seria possível distinguir entre a determinada por bruxaria e a de outra natureza. Hostiense dá a resposta em sua Summa (embora esta não deva ser pregada publicamente): 'Quando o membro não fica ereto de forma alguma, e nunca é capaz de realizar o coito, tem-se então o sinal de impotência natural; todavia, quando se excita e fica ereto, mas, mesmo assim, não consegue realizá-lo, tem-se então o sinal de impotência por bruxaria.'" [pág. 137].
Portanto, em uma página, os autores usaram diferentes palavras para descrever o ato sexual onze vezes! Esta é uma séria obsessão por sexo.
Questão 9 — "Se as bruxas são capazes de algum ilusionismo pelo qual pareça que o órgão masculino tenha sido arrancado ou esteja inteiramente separado do corpo." [http://www.malleusmaleficarum.org/part_I/mm01_09a.html].
"Vamos aqui estabelecer a verdade a respeito das operações diabólicas relacionadas ao órgão masculino. Para que elucidemos os fatos a respeito, convém indagar se as bruxas são de fato capazes de remover, com a ajuda dos demônios, o membro viril, ou se o fazem só aparentemente, por mágica ou ilusão. Que são capazes de removê-lo realmente argumentamos a fortiori; pois já que os demônios são capazes de prodígios muito maiores — como o de matar pessoas ou transportá-las de um lugar para outro (como se mostrou antes com os casos de Jó e de Tobias), são, de forma análoga, capazes de remover verdadeiramente o membro dos homens." [pág. 141].
A razão de esses sacerdotes celibatários estarem preocupados obsessivamente com a possibilidade de uma bruxa poder remover o órgão sexual masculino está além da compreensão de uma pessoa normal; entretanto, aqueles que estão no ocultismo sempre se fixam no órgão sexual masculino, razão pela qual o símbolo fálico chamado de obelisco é tão amplamente venerado nas religiões pagãs. Na verdade, a veneração ao falo é uma das características mais comuns nas religiões pagãs.
Assim, a América se orgulha de seu Monumento a Washington, enquanto o Egito orgulha-se de centenas de obeliscos e o Vaticano orgulha-se de seu obelisco situado na Praça de São Pedro, bem no centro da satânica roda das etapas para a iluminação. Quando um ocultista representa um obelisco no centro de um círculo, ele está retratando o grande ato sexual; de modo que a Igreja Católica Romana está revelando claramente sua natureza ocultista ao ter um obelisco situado no centro da roda das oito etapas para a iluminação diante da Basílica de São Pedro. "A Prática de Magia Branca no Catolicismo Romano Tradicional].
Portanto, não devemos estar surpresos demais ao vermos essa obsessão com o órgão masculino nestes escritos.
"E assim como se disse que Deus confere à bruxaria maiores poderes sobre a função genital, por causa da corrupção do pecado original que se abateu sobre nós ter sido sobre o ato da procriação, Ele também confere maiores poderes sobre o órgão genital verdadeiro, permitindo inclusive a sua completa remoção... mesmo os homens são capazes, por uma incisão habilidosa, de remover o seu órgão copulatório; já os demônios são capazes de fazer no plano invisível o que outros só fazem no plano visível... Não há dúvidas de que certas bruxas são capazes de operar coisas prodigiosas nos órgãos masculinos, enunciado coerente com o que é visto e ouvido por muitos, e com o que se percebe com relação ao membro em função dos sentidos da visão e do tato." [págs. 143-144].
Neste ponto, os autores entram na discussão dos muitos modos como o diabo pode enganar um homem a pensar que seu órgão masculino está ou não realmente arrancado. Essa seção tem o título "De como o fenômeno mágico pode ser distinguido do fenômeno natural".
"O membro de Pedro foi arrancado e ele não sabe se por bruxaria ou por algum outro meio, pelos poderes do demônio e com a permissão de Deus. Como distinguir entre esses dois casos? Em primeiro lugar, os que mais padecem desse sofrimento costumam ser os adúlteros ou os fornicadores. Porque ao deixarem de responder à demanda de sua amante, ao tentarem abandoná-la, trocando-a por outra mulher, fazem com que ela, por vingança, através de alguma força, remova o seu membro viril..."
"Quanto ao primeiro, está claro que não restou dúvida: com a permissão de Deus, os demônios não só matam os homens como também são capazes de arrancar-lhes o membro viril, além de outros órgãos... Deus confere mais poder à bruxaria sobre as forças genitais, permitindo assim que o membro viril possa ser de fato e verdadeiramente arrancado. Mas tal fenômeno não é sempre permanente... Os demônios, porém, são capazes de, com a permissão do Senhor, causar aos homens injúrias reais e verdadeiras, além de criarem a ilusão da injúria." [págs. 145-146].
Questão 10 — "Se as bruxas são capazes de transformar os homens em bestas" [http://www.malleusmaleficarum.org/part_I/mm01_10a.html].
"Vamos aqui elucidar a verdade a respeito desse assunto: se as bruxas são de fato capazes de transformar os homens em bestas e de que modo... [pág. 147] Afirmamos, em concordância com a opinião dos Doutores da Igreja, que o diabo é capaz de iludir a fantasia humana fazendo com que um homem se pareça com um animal. [pág. 148]... Lemos na Vidas dos Padres que uma certa menina não consentira em cometer um ato obsceno com o jovem que a cortejara. O jovem, porém, inflamando-se de raiva, pediu a uma judia que a enfeitiçasse, tendo sido a menina transformada numa potranca. Mas essa metamorfose não se deu na realidade e sim por ilusão do demônio: ele alterou a fantasia e os sentidos da própria menina e dos que a viam, fazendo com que em lugar da menina vissem a potranca. Mas quando ela foi trazida a São Macário, o demônio não conseguiu iludir-lhe os sentidos por causa da sua santidade; e ele a via como menina e não como potranca. E ao cabo de suas orações ela viu-se liberta daquela ilusão. O santo explicou-lhe que aquilo acontecera porque ela não meditava em coisas sagradas, ou porque não cumpria os Sacramentos como devia, daí o poder do demônio sobre ela, embora sob outros aspectos ela fosse honesta."
"Portanto, o demônio é capaz, pela alteração das percepções e dos humores interiores, de provocar mudanças nas ações e nas faculdades físicas, mentais e emocionais, operando através de qualquer órgão físico..."
"Os demônios são também capazes, através da bruxaria, de tornar o homem incapaz de enxergar corretamente sua mulher e vice-versa. Esse fenômeno provém da alteração da fantasia: aos seus olhos, a mulher adquire forma horrível e repugnante." [págs. 149-150].
"E São Tomás revela de que modo isso pode ser feito. Diz que todas as transmutações das substâncias corpóreas capazes de serem realizadas pelas forças da natureza, cujo elemento essencial é o sêmen encontrado em todas as coisas do mundo — na terra ou na água (onde serpentes, sapos e animais semelhantes depositam o seu sêmen) -, podem também ser realizadas por obra dos demônios que tiveram adquirido o sêmen correspondente. Assim também com tudo o que pode ser transformado em sapos e em serpentes, os quais podem ser gerados por putrefação." [pág. 151].
Em seguida, os autores tentam desacreditar as bruxas ainda mais lançando terríveis suspeitas sobre elas:
"Dos lobos que atacam e devoram homens e crianças fora de seus berços: se é também magia causada por bruxas. Há, incidentalmente, a questão dos lobos que, por vezes, apanham homens e crianças afastados de suas casas e os devoram, fugindo com tal astúcia que não há ninguém hábil ou forte o suficiente para capturá-los. Para esse fenômeno, temos, vez ou outra, uma causa natural. Noutras ocasiões, porém, se deve à magia operada por bruxas... Já quanto à outra questão, se são ou não lobos verdadeiros, ou demônios em forma de lobo, parece-nos serem de fato lobos verdadeiros possuídos pelos demônios." [págs. 153-54].
Questão 11 — "Que as bruxas parteiras matam, de várias maneiras, o concepto ao nascer, ou provocam o aborto; ou se não fazem a oferenda de recém-nascidos aos demônios." [http://www.malleusmaleficarum.org/part_I/mm01_11a.html].
"Vamos aqui estabelecer a verdade a respeito de quatro crimes hediondos que os demônios cometem contra as crianças pequenas — tanto no útero da mãe quanto depois do nascimento. E por cometerem tais crimes pelo intermédio de mulheres, não de homens, essa espécie de homicídio acha-se mais vinculada ao sexo feminino que ao masculino. Apresentamos a seguir os métodos pelos quais tais crimes são praticados."
"A primeira dessas duas abominações é a do hábito de certas bruxas, que vai contra o instinto da natureza humana, e até mesmo contra o instinto da natureza de todas as feras, com a possível exceção dos lobos, de devorarem, como canibais, os recém-nascidos... Cumpre aditar que as bruxas parteiras são as que maiores males nos trazem, pelo que nos contam outras bruxas penitentes: 'Não há quem mais malefícios causem à Fé Católica do que as parteiras. Pois quando não matam as crianças, para atenderem a outros propósitos tiram-nas do recinto em que se encontram, elevam-nas nos braços e oferecem-nas aos demônios..." [págs. 155-156].
Você está começando a ter a idéia que a Igreja Católica está pintando um quadro abominável do que as bruxas são capazes de fazer para que ninguém queira deixar alguma delas com vida? Ou, talvez, estamos sendo tratados com esses detalhes pornográficos para que ninguém se oponha a qualquer tipo ou grau de tortura para "provar" que uma mulher realmente é uma bruxa, conforme a acusação de algum padre?
Questão 12 — "Se a permissão de Deus Todo-Poderoso é acompanhamento constante de toda bruxaria." — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_I/mm01_12a.html].
A teologia nesta seção está tão terrivelmente malconstruída que me recuso a reimprimi-la.
Questão 13 — "Das duas justíssimas permissões divinas: o Diabo, autor de todo o mal, havia de pecar, e nossos primeiros ancestrais haviam de cair — pelo que se justifica todo o sofrimento decorrente das obras das bruxas." — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_I/mm01_13a.html].
"Cumpre declarar que os pecados das bruxas são mais graves que os pecados dos anjos maus e dos nossos ancestrais. Pelo que, assim como os inocentes são punidos pelos pecados de seus pais, muitas são as pessoas amaldiçoadas e enfeitiçadas pelos pecados das bruxas." [pág. 168].
Questão 14 — "A monstruosidade dos crimes de bruxaria, onde se mostra a necessidade de trazer a lume a verdade sobre toda a matéria" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_I/mm01_14a.html].
"Que de todos os criminosos do mundo são as bruxas os que merecem a mais severa punição." Os crimes das bruxas, então, superam os pecados de todas as outras pessoas; e vamos declarar que punição merecem, sejam como hereges, sejam como apóstatas... Fica claro, portanto que, não importa o quanto sejam penitentes e que retornem ao caminho da fé, não se lhes pode punir como aos outros hereges com a prisão perpétua: é preciso que sofram a penalidade extrema. E por causa das injúrias temporais que causam aos homens e aos animais, de várias maneiras, é que a lei lhes impõe tal pena. Sobre os adivinhos reza a lei: 'É igualmente passível de culpa o que aprende e o que ensina tais iniqüidades.' E enfaticamente é afirmado que as bruxas têm como penalidade o confisco de seus bens e a decapitação. As leis também são claras a respeito dos que, por bruxaria, induzem uma mulher a praticar atos lascivos ou, ao contrário, a coabitarem com feras. Esses problemas, no entanto, foram tratados na Primeira Questão." [págs. 174-75]
Vamos repetir o pronunciamento pertinente de culpa e de punição:
"Que de todos os criminosos do mundo são as bruxas os que merecem a mais severa punição."
No fim deste segmento em O Martelo das Feiticeiras, mostraremos alguns modos como as mulheres acusadas de serem bruxas eram torturadas. Você verá que uma mulher assim torturada ficaria aliviada com a libertação oferecida pela decapitação final.
Questão 15 — "Por causa dos pecados das bruxas, os inocentes são muitas vezes enfeitiçados" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_I/mm01_15a.html].
"É um fato que, pela permissão divina, muitas pessoas inocentes sofrem da perda da graça e são punidas com os flagelos antes mencionados, não por seus próprios pecados, mas pelos das bruxas... o pecado de uma pessoa pode ser transmitido a outra de duas maneiras. Por imitação... Os pecados são também transmitidos de uma pessoa a outra por merecimento. Como exemplo temos os do povo subordinado a um mau governante: merece o mau governante pelos pecados cometidos. Ver Jó: 'Ele faz os hipócritas reinarem por causa dos pecados do povo.'" [pág. 176].
"Deus, no entanto, também castiga os homens durante a vida por seus próprios pecados, mormente no caso da bruxaria. Ver Tobias 7: 'O demônio tem poder sobre os que se entregam à sua paixão como o cavalo e o burro.' O que está claro pelo que já mencionamos a respeito do membro viril e das forças genitais, que Deus permite que sejam os mais passíveis de serem enfeitiçados." [pág. 177].
"A quarta é para que a danação eterna já comece nessa vida: para que se dê uma mostra do que se há de sofrer no inferno... " [pág. 178].
"Pois que dessa natureza são os pecados das bruxas, que negam a fé, e que operam inúmeros malefícios através do Santíssimo Sacramento, como há de ser mostrado na Segunda Parte." [179].
Questão 16 — "Eis as verdades estabelecidas pela comparação das obras das bruxas com as outras superstições maléficas" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_I/mm01_16a.html].
"Provamos agora a atrocidade dos crimes das bruxas comparando-os com as obras maléficas dos magos e dos adivinhos."
"Pois que existem quatorze espécies de magia que emanam dos três tipos de adivinhação. No primeiro tipo de adivinhação está a invocação explícita dos demônios. No segundo não se faz mais que uma consideração, em silêncio, de disposição e do movimento de certos elementos — dos astros, dos dias, das horas, entre outros. No terceiro temos a consideração de algum ato humano cuja finalidade é descobrir o que está oculto e a que se dá o nome de sortilégio... Os pecados das bruxas vão além dos pecados daqueles que praticam todos esses crimes, o que havemos de provar." [pág. 180].
Questão 17 — "Uma comparação entre seus crimes e os cometidos pelos demônios de toda espécie" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_I/mm01_17a.html].
"Tão hediondos são os crimes das bruxas que chegam a superar, em perversidade, os pecados e a queda dos anjos maus; e se isso é verdade quanto à sua culpa, não haveria de ser também verdade quanto aos seus castigos no inferno?
"Mas, apesar disso tudo, seu pecado (falando a respeito de Satanás) é, sob muitos aspectos, pequeno em comparação aos crimes das bruxas." [pág. 185].
Questão 18 — "Da pregação contra os cinco argumentos dos laicos e dos lúbricos, que professam não conceder Deus ao diabo e às bruxas os poderes necessários para operarem os milagres da bruxaria" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_I/mm01_18a.html].
Achamos os argumentos apresentados neste tratado de tão pouco valor que não precisamos reproduzir nenhuma seção significativa dele. Os argumentos expostos são tão irrelevantes quanto o título.
SEGUNDA PARTE — "DOS MÉTODOS PELOS QUAIS SE INFLIGEM OS MALEFÍCIOS E DE QUE MODO PODEM SER CURADOS" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02_toc.html].
Esta seção contém duas questões, com um total de 24 capítulos que explicam as duas questões:
Questão 1: "Daqueles contra quem as bruxas não têm qualquer poder" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02a00a.html].
"Nesta segunda parte, trataremos dos métodos de atuação das bruxas para a consecução de seus malefícios... Nas duas primeiras subdivisões vamos insistir em alguns pontos cardinais. Primeiro, na iniciação das bruxas e na sua confissão sacrílega de fé. Segundo, no evoluir dos seus métodos de trabalho e na ignomínia da sua prática. Terceiro, nos remédios preventivos contra as bruxarias." [pág. 197].
"Com a exceção, portanto, dessas três classes de homens, todas as demais não estão protegidas das bruxas. Todas as demais estão sujeitas aos malefícios ou às tentações causadas por bruxaria, por um dos dezoito modos que serão agora analisados."
"Primeiro, vamos revelar os vários métodos de iniciação das bruxas, e de que modo elas incitam meninas inocentes a engrossar as fileiras de sua pérfida hoste." [págs. 205-206].
Questão 1, Capítulo 1: "Dos métodos pelos quais os demônios, por intermédio das bruxas, aliciam inocentes para engrossar as fileiras de suas hostes abomináveis" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02a01a.html].
"São três os métodos principais pelos quais os demônios, agenciados pelas bruxas, subvertem os inocentes e pelos quais fazem crescer aquela perfídia, dia a dia. O primeiro é através da fadiga, do cansaço, fazendo-os sofrerem grandes perdas em seus bens temporais." [pág. 209].
"Pode-se ver por esses relatos com que astúcia o maligno trabalha pela sedução das almas... A moça assentiu à vontade do demônio e com ele continuou praticando todas as obscenidades diabólicas durante dezoito anos, até o fim da vida. Durante esse período, foi obrigada à mais absoluta negação da fé como condição necessária." [pág. 210].
"Mas a tentação também se faz por outra forma: através da tristeza e da pobreza. Depois de as moças serem corrompidas e abandonadas pelos amantes — tendo com eles ousadamente copulado depois de acreditarem nas promessas de casamento -, e vendo-se na mais completa desesperança, desprezadas por todos, voltam-se para os demônios, em busca de auxílio e proteção. Vêem-se então forçadas ora a enfeitiçar os amantes ou as mulheres com quem se casaram, ora a se entregar a toda sorte de libidinagem. Ai de nós! A experiência mostra-nos que são incontáveis os casos dessa espécie e, portanto, incontáveis também as bruxas que provêm dessa classe." [págs. 211-212].
Questão 1, Capítulo 2 — "De como se faz um pacto normal com o Diabo" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02a02a.html].
"A maneira de as bruxas proferirem o seu sacrilégio — através de pacto explícito de fidelidade aos demônios — varia segundo os diversos ritos de bruxaria... Ora, uma prática comum a todas as bruxas é a cópula carnal com os demônios; portanto, se mostrarmos o método usado por essa classe principal na sua afirmação sacrílega, qualquer um há de entender facilmente o método empregado pelas demais classes." [págs. 214-215].
Vamos repetir: "Uma prática comum a todas as bruxas é a cópula carnal com os demônios".
Questão 1, Capítulo 3: "De que modo são as bruxas transportadas de um lugar a outro" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02a03a.html].
"Vamos agora considerar as cerimônias e de que modo realizam as operações maléficas, primeiro com relação a si próprias, depois com relação às outras pessoas. Entre as principais operações, duas são de maior vulto: o seu transporte de um lugar a outro e a relação carnal que mantêm com íncubos, de que trataremos separadamente, começando pelo seu traslado corpóreo." [pág. 223; ênfase adicionada].
Parte 2, Questão 1, Capítulo 4: "De como as bruxas copulam com os demônios conhecidos como íncubos" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02a04a.html].
"Quanto à forma de as feiticeiras copularem com íncubos, cumpre ressaltar seis pontos. Primeiro: quanto ao demônio e à forma que assume — de que elemento é composta. Segundo: quanto ao ato, se é sempre acompanhado pela injeção de sêmen recebido de algum outro homem. Terceiro: quanto aos momentos e ao lugar; se há momentos mais propícios do que outros para o ato. Quarto: se o ato é visível para as mulheres ou se só as geradas dessa forma é que são visitadas pelos demônios. Quinto: se o ato só é praticado pelas que foram oferecidas pelas parteiras aos demônios por ocasião do nascimento. Sexto: se o prazer venéreo alcançado é mais ou menos intenso. Comecemos pela consideração da forma criatural assumida pelo demônio e de que é composta." [pág. 231].
Após usar de uma linguagem e de exemplos que realmente chegam a causar nojo, os autores chegam à segunda parte desta Questão 1: "De como as bruxas nos tempos modernos praticam o ato carnal com íncubos, e de como se multiplicam através dele." [pág. 235].
"Mas a teoria de que as bruxas modernas se acham contaminadas por essa espécie de lascívia diabólica não está consubstanciada apenas por nossa opinião; tal crédito há que ser atribuído ao testemunho abalizado das próprias bruxas. Hoje, pelo que nos contam, entregam-se a essas práticas não mais involuntariamente, como em épocas distantes, mas sim voluntariamente, revelando a servidão mais abjeta e miserável."
"Quanto à segunda dúvida — se as bruxas são geradas durante a prática dessas abominações — podemos acompanhar o que diz S. Agostinho: não há dúvida de que todas as artes supersticiosas tiveram sua origem no vínculo carnal pestilento entre homens e demônios." [pág. 236].
Então, uma vez que esse assunto é esgotado, os autores avançam para a próxima questão que desejam contemplar:
"Se as relações de um íncubo com uma bruxa sempre se acompanham de injeção de sêmen" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02a04b.html].
Como esses dois sacerdotes abordaram esse assunto de forma bem minuciosa e até repugnante em uma seção anterior, iremos direto para o próximo assunto: "Se o íncubo opera mais em certas ocasiões do que em outras e, de forma análoga, se o faz mais em determinados lugares" — [Ibidem].
Os autores argumentam que Deus proíbe Satanás e os demônios de perpetrarem o ato da cópula durante os dias santos, de modo que as mulheres católicas estão protegidas durante esses dias.
Mas, em seguida, eles passam a realmente discutir o ato sexual real praticado entre uma bruxa e um demônio. Se isto for explícito demais para você, pedimos que avance para a próxima seção. Reproduzimos o excerto aqui somente porque queremos que você veja a profundidade da degradação em que o sacerdócio católico caiu em sua lascívia sexual produzida pela prática desnatural do celibato.
"Se os demônios cometem tais abominações na visibilidade ou na invisibilidade, é preciso que se diga: em todos os casos que tivemos conhecimento, eles sempre agiram de forma visível à bruxa: não há necessidade de aproximarem-se dela na invisibilidade, tendo em vista o pacto de fidelidade já firmado. No entanto, com relação aos circunstantes, quase sempre operam na invisibilidade: as bruxas têm sido vistas muitas vezes deitadas de costas, nos campos e nos bosques, nuas até o umbigo; e, pela disposição de seus órgãos próprios ao ato venéreo e ao orgasmo, e também pela agitação das pernas e das coxas, é óbvio que estão a copular com um íncubo. Em raras ocasiões, ao término do ato, sobe ao ar, como a despreender-se da bruxa, um denso vapor negro, cujas dimensões equivalem à estatura de um homem. Pois que Lúcifer sabe que dessa forma é capaz de seduzir ou de perverter a mente das moças e dos homens que assistem à cena."
"Podemos dizer, em conclusão, que os íncubos não só tentam contaminar as mulheres geradas por tais abominações, ou as que lhes foram oferecidas pelas parteiras, mas tentam a todas, ao extremo, por intermédio de prostitutas e de devassas, visando a seduzir as donzelas devotas e castas em todo aquele distrito e em toda aquela cidade." [págs. 240-1].
Você pode ver o grau em que esses sacerdotes desceram no poço do desejo sexual não satisfeito? Eles estão com uma obsessão total!
Questão 1, Capítulo 5: "As bruxas costumam realizar os malefícios através dos sacramentos da igreja. Mas de que modo comprometem as forças procriadoras e causam outros males a todas as criaturas de Deus? Excetuaremos, porém aqui a questão da influência dos astros" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02a05a.html].
Novamente, grande parte desta nojeira já foi abordada em uma seção anterior, de modo que não precisamos repeti-la aqui.
Questão 1, Capítulo 6 — "De como as bruxas neutralizam a força da procriação" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02a06a.html].
O título deste capítulo é totalmente auto-explicativo.
Questão 1, Capítulo 7 — "De como as bruxas, por assim dizer, privam um homem de seu membro viril" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02a07a.html].
Os autores já discutiram esse assunto nauseante em uma seção anterior.
Questão 1, Capítulo 8, "De como os homens são transformados em bestas: a metamorfose" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02a08a.html].
Os autores discutiram esse assunto na Parte 1.
Questão 1, Capítulo 9, "De como os demônios penetram no corpo e na cabeça do homem sem o ferir, ao realizarem as metamorfoses por prestidigitação" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02a09a.html].
Este capítulo é tão vil que não quero repetir nenhum excerto dele!
Parte 2, Questão 1, Capítulo 10, "Do método pelo qual os demônios, por intermédio das operações de bruxaria, às vezes possuem os homens" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02a10a.html].
Este capítulo está cheio de bobagens, mas parece ter o objetivo de aterrorizar a todos, fazendo-os pensar que podem ser possessos por demônios. Entretanto, o tratado está correto quando diz que a possessão ou aflição demoníaca pode passar de uma pessoa a outra por meio das relações sexuais.
Parte 2, Questão 1, Capítulo 11, "De como são capazes de infligir toda sorte de enfermidades, pelo comum males de maior gravidade" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02a11a.html].
"Ora, não há enfermidade do corpo, nem mesmo qualquer forma de lepra ou de epilepsia, que não possa ser causada pelas bruxas, com a permissão de Deus." [pág. 274].
Esta seção entra nos detalhes de todos os supostos modos de as bruxas fazerem com que enfermidades físicas venham sobre suas vítimas.
Parte 2, Questão 1, Capítulo 12, "Do modo particular pelo qual afligem os homens com outras enfermidades semelhantes" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02a12a.html].
"Ora, quem seria capaz de enumerar todos os outros males que as bruxas infligem aos homens — cegueira, dores excruciantes, deformidades corporais? Havemos, porém de citar alguns exemplos que testemunhamos com nossos próprios olhos ou que nos foram relatados, a nós como inquisidores." [pág. 279].
Você pode ler sobre todas as enfermidades que quiser; entretanto, gostaria apenas de destacar que os oficiais da Inquisição são considerados aqui especialistas em quem todos podem confiar. Além disso, eles são retratados como inumes a todos os ataques e malefícios do diabo.
Parte 2, Questão 1, Capítulo 13 — "De que modo as parteiras cometem o mais hórrido dos crimes: o de matar e oferecer aos demônios crianças da forma mais execrável" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02a13a.html]
"Não podemos deixar de mencionar os males infligidos a crianças recém-nascidas pelas bruxas parteiras que primeiro as matam e depois as oferecem, em blasfemo rito, aos demônios... Não raro, sabemos dos casos de crianças cujas mães, por causa de algum distúrbio passional ou mental, oferecem o filho irrefletidamente desde o útero ao diabo." [págs. 283 e 288].
Essa acusação deve ter deixado os pais católicos cuidadosos morrendo de medo. Além disso, qualquer mulher até aqui já deve ter percebido que seu gênero a colocava sob o risco de ser falsamente acusada de bruxaria. Portanto, quando um sacerdote ameaçava mentir para a Inquisição a respeito de uma mulher, se ela não mantivesse relações sexuais com ele, a mulher sabia que o sacerdote poderia mentir, dizendo que tomou conhecimento no confessionário que a mulher é uma bruxa. Que mulher correria o risco de permitir que isso realmente acontecesse? Muitas vezes os sacerdotes conseguiam satisfazer seu desejo sexual por uma mulher apresentando essa ameaça!
Parte 2, Questão 1, Capítulo 14 — "Eis aqui as várias maneiras pelas quais as bruxas infligem males ao gado" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02a14a.html].
Parte 2, Questão 1, Capítulo 15 — "De como as bruxas desencadeiam tempestades comuns e granizo e de como fulmina homens e animais com raios" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02a15a.html]
Parte 2, Questão 1, Capítulo 16 — "Dos três modos pelos quais se descobre que os homens e não as mulheres, são dados à bruxaria: Sob três rubricas, sendo a primeira a que trata da bruxaria dos arqueiros" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02a16a.html]
Parte 2, Questão 2 — "Dos métodos para destruir e amaldiçoar a bruxaria. Introdução, onde se estabelece a dificuldades desta questão" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02b00a.html].
"Será lícito remover a bruxaria através de outra bruxaria, ou através de outros meios proibidos? Professa-se que não..." [pág. 309].
Embora essa premissa seja bíblica, o sacerdote então discute as muitas maneiras supersticiosas pelas quais o poder do encantamento de uma bruxa poderia ser quebrado. Essa dissertação é bastante extensa.
Parte 2, Questão 2, Capítulo 1 — "Dos remédios prescritos pela Santa Igreja contra os íncubos e súcubos" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02b01a.html].
Uma grande parte da discussão aqui é sobre sexo e cópula; portanto, como cristãos, simplesmente não podemos repeti-la aqui. Entretanto, a seção prova o que estamos dizendo desde o início: a obsessão com o fato de as bruxas copularem com demônios e todos os detalhes carnais com os quais o documento se delicia somente podem ter vindo da mente de sacerdotes celibatários, que tinham obsessão por sexo por não poderem satisfazer seus desejos da maneira lícita prescrita pelo nosso Criador.
Parte 2, Questão 2, Capítulo 2 — "Dos remédios prescritos pelos que são enfeitiçados com a limitação da força procriadora" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02b02a.html].
"Não obstante seja muito maior o número de mulheres bruxas do que o de homens, como chegamos a mostrar na Primeira Parte deste livro, são os homens os que mais padecem com os malefícios, bem mais do que as mulheres. E o porquê se há de encontrar no fato de que Deus outorga ao diabo poderes muito maiores sobre o ato venéreo — pelo qual se transmite o pecado original — do que sobre os outros atos humanos." [pág. 328].
Mais uma vez, o tratado inicia uma discussão de assuntos sexuais que são totalmente supérfluos para um homem normal, mas de grande interesse para uma pessoa entregue a uma mente réproba, uma mente lasciva. Se você quiser ler essa página do tratado para não ter mais ilusão alguma sobre a natureza do sacerdócio católico-romano, dê um clique no vínculo acima e leia toda a seção.
Parte 2, Questão 2, Capítulo 3 — "Dos remédios prescritos aos que, por bruxaria, são inflamados pelo amor desregrado ou pelo ódio insano" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02b03a.html].
"Na mesma medida em que a faculdade procriadora pode ser vítima de magia maléfica, a faculdade anímica do ser humano pode se ver dominada pelo amor ou pelo ódio desmesurados..." [pág. 333].
A seção começa então a descrever três desses tipos de amor ou ódio desmedidos, cada um dos quais pode ser causado por demônios de um modo ou de outro. Em seguida, os autores concluem:
"É mister compreender, ademais, que aquilo que acabamos de dizer sobre o amor desregrado também se aplica ao ódio insano, pois a mesma disciplina é benéfica contra esses dois pólos opostos... Ora, contam-nos as bruxas que esse malefício de ódio causam por meio de serpentes; pois a serpente foi o primeiro instrumento do diabo e devido à sua maldição é a herdeira do ódio das mulheres; portanto, as bruxas causam tais malefícios colocando a pele ou a cabeça de serpente debaixo da soleira da porta dos quartos e das casas. Por essa razão todos os cantos e escaninhos da casa hão de ser minuciosamente examinados e reconstruídos, na medida do possível; ou então a pessoa deverá ser acomodada na casa de outra pessoa." [págs. 336-37].
Parte 2, Questão 2, Capítulo 4 — "Dos remédios prescritos aos que, por arte prestidigitatória, perderam o membro viril ou aos que, aparentemente, foram transformados em bestas" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02b04a.html].
"Nas páginas precedentes já mostramos claramente os remédios existentes para o alívio dos que julgam ter perdido o membro viril e dos que foram transmutados em animais. Pois vêem-se estes homens totalmente destituídos da graça divina e por isso, em conformidade com a condição essencial dos assim enfeitiçados, não é possível aplicar-lhes o bálsamo curativo enquanto o instrumento que fere ainda persistir na ferida." [pág. 337].
A seção traz o relato de como uma bruxa que vivia em Chipre transformou um marinheiro estrangeiro em asno; o homem foi salvo anos depois quando ouviu tocar a sineta durante a elevação da hóstia na missa em uma igreja; ele recuperou a forma humana original após a bruxa ter sido torturada.
Parte 2, Questão 2, Capítulo 5 — "Dos remédios prescritos para os obcecados por algum malefício" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02b05a.html].
"Mostramos no Capítulo 10 da questão precedente que, às vezes, os demônios, mediante bruxaria, passam a habitar, em substância, o corpo de alguns homens." [pág. 340].
O restante da seção examina os muitos modos em que os homens podem supostamente ser possessos por demônios e os pormenores da lei católica para a avaliação dessa possessão. A seção termina falando do exorcismo como um remédio para o livramento.
Parte 2, Questão 2, Capítulo 6 — "Dos remédios prescritos; ou seja, dos exorcismos lícitos da igreja, para todos os tipos de enfermidades e males causados por bruxaria; e do método de exorcizar os obsedados" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02b06a.html].
"Já foi dito que as bruxas são capazes de afligir os homens com toda a sorte de enfermidades físicas; pode-se, por conseguinte, considerar como regra geral que os vários remédios verbais ou práticos a serem aplicados contra essas enfermidades são igualmente aplicáveis a todas as demais, como contra a epilepsia, a lepra, entre outras." [pág. 347].
Esta seção do tratado lida detalhadamente com o modo como a Igreja Católica e seu sacerdócio devem proceder para realizar o exorcismo. Você pode ver como e de onde a Igreja Católica derivou sua prática de exorcismo, pois este documento delineia todas as regras e procedimentos que um sacerdote deve seguir para expulsar demônios.
Parte 2, Questão 2, Capítulo 7 — "Dos remédios prescritos contra as tempestades e para os animais possessos" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02b07a.html].
Que mais posso dizer sobre essa vinculação direta com as superstições, práticas e crenças pagãs? Os pagãos acreditam que podem usar certos remédios prescritos para a proteção de si mesmos e de suas colheitas contra as tempestades e outras ocorrências naturais. Os pagãos acreditam que os animais possam ser possessos por demônios e têm certos amuletos e/ou rituais ocultistas para expulsar esses demônios. Essa crença oferece um vínculo direto entre o paganismo do catolicismo romano com as sociedades pagãs dos últimos 4.000 anos!
Isto também é feitiçaria! Logicamente, a feitiçaria que os católicos têm a permissão de praticar é singularmente "católica"; em vez de rituais entoados, o praticante do catolicismo ocultista deve colher ervas e ramos de salgueiro para fazer uma coroa (ou guirlanda) [um distinto símbolo pagão], rezar o Pai-Nosso ou o Credo Apostólico, e pendurar a coroa na porta do estábulo por onde os animais entram e saem!
Isto ainda é feitiçaria, mas com um nome diferente!
Parte 2, Questão 2, Capítulo 8 — "Dos remédios prescritos contra os males sombrios e tenebrosos com que os demônios afligem os homens" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm02b08a.html].
Esta seção do tratado está tão vazia de senso comum que tive dificuldade em seguir seu caminho lógico e não pude compreender seu final.
TERCEIRA PARTE — "QUE TRATA DAS MEDIDAS JUDICIAIS NO TRIBUNAL ECLESIÁSTICO E NO CIVIL A SEREM TOMADAS CONTRA AS BRUXAS E TAMBÉM CONTRA TODOS OS HEREGES. QUE CONTÉM XXXV QUESTÕES ONDE SÃO CLARISSIMAMENTE DEFINIDAS AS NORMAS PARA A INSTAURAÇÃO DOS PROCESSOS E ONDE SÃO EXPLICADOS OS MODOS PELOS QUAIS DEVEM SER CONDUZIDOS, E OS MÉTODOS PARA LAVRAR AS SENTENÇAS" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm03_toc.html].
Neste ponto, todo o blábláblá, tolices e feitiçaria católica que foi descrita e explicada se solidifica em um dos mais terríveis documentos nos anais da história. Nestes 35 segmentos, as mais abomináveis torturas são descritas e a história nos diz que elas realmente eram executadas, com júbilo em muitos casos.
Pedimos que você separe um tempo para ler todos esses segmentos, pois o tempo e o espaço não nos permitem imprimir o texto inteiro. Certamente, esse documento demonstra a verdadeira face satânica do catolicismo romano, em direta contradição com o amor e misericórdia do Salvador.
Lembre-se de dois fatos históricos: 1) Roma nunca muda; 2) O papa Paulo VI reinstalou o Ofício da Inquisição em 1965! O primeiro papa de Magia Negra na história reinstalou esse ofício, agora que o Vaticano está se preparando para servir ao Anticristo e ser seu executor, exatamente como as Escrituras predizem.
"Considerações Gerais: À Guisa de Introdução. Dos juízes justa e propriamente indicados para o julgamento das bruxas" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm03_00a.html].
Recomendamos que você leia esta seção do documento atentamente, pois ela define quem será um juiz nos julgamentos das bruxas e fala em termos gerais sobre a tortura que elas vão receber.
Parte 3, Primeiro Tópico, Questão 1 — "O método para dar início a um processo" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm03_01a.html].
"Na primeira questão, pois, consiste em saber qual o método correto para a instauração de um processo contra o crime de bruxaria, em nome da fé. Para respondê-la, é mister entender que, segundo o texto canônico, três são os métodos permitidos." [pág. 396].
Incentivamos você a ler esse relatório atentamente, pois descobrirá a base filosófica do sistema de interrogatório e julgamento em que o réu não é informado do crime do qual está sendo acusado, o informante não precisa dizer quem ele é, nem sua acusação precisa ser submetida à verificação. Este segmento arma o cenário para a mais infame e desumana prisão e execução de indivíduos já vista na história, uma matança tão grande que não será repetida novamente até que o Anticristo e o Falso Profeta combinarão forças para produzir esse tipo de devastação sangüinária predita nas Escrituras.
Parte 3, Primeiro Tópico, Questão 2 — "Do número de testemunhas" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm03_02a.html].
"Por outro lado, é possível asseverar que muito pouca evidência se faz necessária numa acusação dessa natureza, visto que com pouquíssimos argumentos já se expõe a culpabilidade da pessoa acusada. No Cânon dos Heréticos, livro II, diz-se que o homem se faz herege quando na mais insignificante das suas opiniões se desvia dos ensinamentos e do caminho da religião católica... Porque numa acusação dessa espécie a ordem habitual do procedimento judicial é objetiva, já que a ré não vê as testemunhas prestarem juramento, nem sabe quem são, porque estariam assim expostas a grande perigo. Portanto, segundo a lei, não é permitido à prisioneira saber quem são os seus acusadores." [pág. 401].
Você pode ver aqui a horrenda cabeça da tirania se levantar do Poço do Abismo! A maior parte do número incontável de pessoas torturadas e mortas por esse tribunal tirânico foi condenada pela palavra de duas testemunhas, que nem mesmo precisavam concordar em todos os detalhes! A história registra que essa foi a situação em um grande número de casos trazidos diante da Inquisição.
Parte 3, Primeiro Tópico, Questão 2 — "Do juramento solene e dos interrogatórios subseqüentes das testemunhas" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm03_03a.html].
"Pois bem: cabe perguntar se o juiz pode obrigar as testemunhas a declararem a verdade sob juramento num caso relacionado à fé ou à bruxaria; ou se lhe é permitido interrogá-la várias vezes. A resposta é afirmativa, mormente no caso de juiz eclesiástico. Mais ainda: nos casos eclesiásticos, as testemunhas são obrigadas a prestar seus depoimentos sob juramento, caso contrário sua evidência não terá qualquer validade. Prescreve a Lei Canônica: 'O arcebispo ou o bispo podem fazer a circunscrição da paróquia onde há rumores sobre a existência de hereges e obrigar três ou mais homens de boa reputação, ou até mesmo, se bem lhe parecer, obrigar todos os moradores, a prestarem depoimento. Se porventura qualquer pessoa, por obstinação condenável e infame, se recusar a depor sob juramento, há de, por esse motivo, ser considerada herege." [pág. 402].
Assim, qualquer pessoa que se recusasse a cooperar com a Inquisição poderia ser acusada de ser herege diante da Inquisição. Esse instrumento de coerção foi colocado nas mãos dos inquisidores, uma vez que o cidadão comum das pequenas cidades alegremente diria qualquer coisa que o inquisidor quisesse ouvir.
Parte 3, Primeiro Tópico, Questão 4 — "Da qualidade e da condição das testemunhas" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm03_04a.html].
"Reparar que as pessoas sob sentença de excomunhão, os sócios e os cúmplices no mesmo crime, notórios malfeitores e criminosos, ou servos que prestam depoimento contra os seus amos são aceitos como testemunhas em causas relacionadas à fé." [pág. 403].
Em outras palavras, os inquisidores confiarão no testemunho das pessoas mais vis da sociedade de modo a obter as condenações de heresia e/ou de feitiçaria! Nenhum outro tribunal no mundo aceitaria o testemunho dessas pessoas, simplesmente por que elas já provaram por sua vida e conduta que seu testemunho não é confiável! Mas, se você estiver armando a farsa de um sistema judicial, quererá incluir o depoimento de "testemunhas" como essas, pois esse tipo de testemunha pode ser comprada ou intimidada a testificar de um modo a servir perfeitamente aos interesses dos inquisidores.
Mas, em seguida, essa farsa vai além, quando o testemunho de perjuros é admitido! Perjuros são pessoas que já mentiram antes sob juramento em um tribunal, foram pegas em suas mentiras e condenadas. Veja:
"No caso do depoimento prestado por perjuros, quando se presume estejam falando por zelo da fé, cumpre considerar o que diz o Cânon, c. accusatus & licet: "a evidência de perjuros, depois de seu arrependimento, é admissível". Acrescenta em seguida: 'Parece de fato que não falam por leviandade, nem por inimizade, tampouco por suborno, e sim pelo mais puro zelo da fé ortodoxa." [pág. 404].
Qual perjuro não se "arrependeria" se estivesse sendo coagido pelos inquisidores a apresentar um testemunho condenatório contra certo indivíduo que esteja sendo julgado pela Inquisição? Observe a expressão "quando se presume estejam falando por zelo da fé". Finalmente, para reiterar que o processo da Inquisição era uma farsa e um arremedo, lemos o parágrafo final desta seção:
"E claro está, segundo o mesmo capítulo do Cânon, que se há de admitir o testemunho de homens de má reputação e de criminosos, e o de servos contra os seus amos. Pois está escrito: 'Tamanho é o flagelo da heresia que, nas causas judiciais que envolvem esse crime, mesmos os servos são admitidos para depor contra seus amos, e qualquer criminoso poderá prestar depoimento contra qualquer pessoa." [pág. 405].
Assim, um ex-conselheiro da Inquisição foi levado a dizer:
"... tivesse eu nunca pertencido à Inquisição, teria continuado, como a maioria dos católicos romanos, sem questionar jamais a verdade da religião em que fui criado, ou pensando em qualquer outra — mas as crueldades indizíveis daquele tribunal dos infernos me deixaram chocado além do que se pode expressar, e fez de mim um dos homens mais infelizes do mundo... Os inquisidores nunca contam os nomes os informantes aos conselheiros, nem os nomes das testemunhas... Normalmente, eles mantêm toda uma aparência de justiça e eqüidade, ao mesmo tempo em que, na verdade, agem em direta oposição a todas as leis conhecidas de justiça e de eqüidade... tudo é uma farsa e uma impostura." [A Master-Key To Popery, Anthony Gavim, um dos padres católicos romanos de Saragosa", Cincinnati: Publicado por B. Crosby, 1832, págs. 249-256].
Parte 3, Primeiro Tópico, Questão 5 — "Se inimigos mortais podem ser admitidos como testemunhas" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm03_05a.html].
"Ora, caso se indague se o juiz pode aceitar inimigos mortais da pessoa acusada para prestar depoimento no caso, cumpre responder que não... Mas só se refere a inimigos mortais. Não se há de desqualificar uma testemunha por qualquer outra espécie de inimizade. Os inimigos mortais são caracterizados pelas circunstâncias seguintes:... Cabe ao juiz indagar à ré se ela julga ter qualquer inimigo que seria capaz de acusá-la daquele crime por ódio, para que venha a ser condenada à morte. Em caso afirmativo, é mister que a acusada indique a pessoa. Caberá então ao juiz saber se a pessoa denunciada pela acusada assim já procedeu. Em caso afirmativo, o juiz deverá tomar conhecimento, mediante testemunhas válidas, da causa daquela inimizade e, se a evidência em questão não for consubstanciada por outras provas e pelos depoimentos de outras testemunhas, poderá então rejeitar a evidência..." [pág. 405].
Assim, o juiz pergunta ao condenado se ele tem algum inimigo mortal; se o prisioneiro responde afirmativamente, o juiz perguntará os nomes dos inimigos mortais. Se o prisioneiro citar uma das testemunhas que a Inquisição arrolou para provar o caso, o juiz deverá desconsiderar o depoimento dessas testemunhas. Portanto, os oficiais da Inquisição eram muito cuidadosos para não convocar como testemunhas pessoas que conhecessem bem o acusado.
Parte 3, Primeiro Tópico, Questão 6 — "De como se há de proceder ao julgamento e dar-lhe prosseguimento. De como são interrogadas as testemunhas (em presença de outras quatro pessoas). E dos dois modos de interrogar a acusada" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm03_06a.html].
"No que tange ao método para proceder ao julgamento de bruxas em causas de fé, cumpre observar primeiro: são causas a serem conduzidas da maneira mais simples e mais sumária, sem os argumentos e as contenções dos advogados de defesa." [pág. 406].
Novamente, vemos prova das acusações do padre Gavin, citado anteriormente, que o resultado final de todas as regras é que o "julgamento" da Inquisição é uma impostura. Se o prisioneiro não tem direito aos serviços de um advogado que defenda sua causa, você sabe que todo o julgamento é uma farsa, uma impostura.
"O juiz encarregado de tais causas não necessitará, para proceder ao julgamento, de nenhuma ordem judicial por escrito, e nem exigirá que a causa seja contestada. Poderá ainda conduzir a causa nos feriados para a conveniência do público. E deverá dar prosseguimento ao julgamento da forma mais sumária possível, desautorizando quaisquer exceções, apelos ou obstruções, quaisquer contenções impertinentes de defensores ou advogados, e discussões entre testemunhas, e por restrição na superfluidade no número de testemunhas. Mas sem que com isso venha a negligenciar dar provas necessárias. Nem deve omitir a citação das testemunhas e o seu juramento para que digam e para que não ocultem a verdade." [pág. 406].
Embora seja feita a ressalva que um juiz não poderá tomar essas ações se o resultado final era que a verdade estaria sendo escondida, o fato é que, como o juiz recebia essas autoridades, a verdade era escondida na maioria dos casos, resultando em um tribunal que era uma impostura. Ademais, como as obras de bruxaria são feitas em segredo, a pessoa que apresentava a acusação era orientada a depor na qualidade de informante, e não na de acusador! Isso significava que um inimigo mortal poderia usar a Inquisição contra uma pessoa, sabendo que, assumindo o papel de "informante", sua identidade nunca seria revelada! Foi com esse tipo de coisa que o sistema judicial mais tirânico na história mundial reinou supremo por 1.200 anos!
"Exame das testemunhas" — O juiz deveria examinar uma testemunha para determinar sua confiabilidade. Ele perguntava se qualquer pessoa em sua família tinha sido queimada como bruxa; perguntava sobre sua reputação e moral; "perguntado ainda de que modo conseguiu identificar o motiva da acusada, respondeu que o descobriu por ter ela falado rindo." [pág. 408].
Esse terrível cenário resultava na situação em que muitas pessoas absolutamente inocentes de qualquer infração, mas especialmente de bruxaria, foram torturadas e executadas. Veja como o padre Gavin relata sua experiência como um conselheiro da Inquisição.
"Freqüentemente acontecia naquele tribunal dos infernos, que enquanto uma infeliz e provavelmente inocente pessoa colocada nos ferros gritava na presença deles e implorava por tudo o que há de mais sagrado por um momento de alívio... o Inquisidor e o restante daquela turma desumana, totalmente indiferentes às suas queixas e surdos aos seus gemidos, às suas lágrimas e súplicas, conversam uns com os outros sobre as notícias da cidade; e não só isso, algumas vezes até insultavam os infelizes miseráveis no auge de seus tormentos." [Ibidem, pág. 254].
Vamos repetir aqui a frase realmente importante: "... uma infeliz e provavelmente inocente pessoa...".
A Inquisição Romana deliberadamente visava seus inimigos — aqueles que discordavam de sua teologia — e acusava-os de bruxaria ou de heresia, para que pudesse torturá-los até a morte. A questão nunca foi uma tentativa honesta de procurar descobrir os indivíduos realmente perigosos para a sociedade civilizada, mas matar o número suficiente de inimigos para garantir a supremacia do Vaticano.
"O exame geral de uma bruxa ou feiticeira: a primeira etapa" — Ao ler este relato de como um juiz deve interrogar a pessoa acusada de bruxaria, você pode ver que ele a conduz de tal modo que qualquer resposta poderia ser tomada como "prova" de feitiçaria. As pobres pessoas acusadas não tinham chance alguma, e sabiam disso de antemão.
Parte 3, Primeiro Tópico, Questão 7 — "Onde são dirimidas várias dúvidas a respeito das questões precedentes e das respostas negativas. Se a acusada deve ficar presa, e quando há de ser considerada manifestamente indiciada no crime hediondo de bruxaria e de heresia. A segunda etapa da ação" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm03_07a.html].
Nas questões da fé, um juiz pode fazer praticamente qualquer coisa; ele é literalmente juiz, jurado e executor. A essência desta seção pode ser resumida assim: "... a pessoa assim incriminada há de ser punida de acordo com a lei, mesmo que negue a acusação... Mas se o não confessar, e se o negar obstinadamente, será entregue ao Tribunal Civil para que seja punida de forma adequada... E convém confinar a acusada na prisão por algum tempo, ou por alguns anos, caso em que, talvez, depois de padecer por um ano das misérias do cárcere, venha a confessar os crimes cometidos." [pág. 413].
Destarte, você pode ver por que muitas vezes os acusados acabavam confessando, para que pudessem chegar logo à execução. Se o inocente proclamasse sua inocência, ele seria torturado ainda mais antes de morrer. De ambas as formas, o acusado estava destinado a morrer, de modo que a pessoa preferia confessar e evitar maiores torturas.
Parte 3, Primeiro Tópico, Questão 8 — "Que decorre da questão precedente. Se deve a bruxa ser aprisionada, e do método para capturá-la. Eis a terceira ação do juiz" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm03_08.html].
Esta seção pergunta se o juiz deve mandar prender a bruxa durante o processo; mais uma vez, é dado ao juiz o poder ditatorial. A seção declara: "... se há de deixar ao juiz que aja de acordo com a gravidade da matéria." [pág. 414].
As autoridades da Inquisição são então instruídas a vasculhar a casa da bruxa e procurar os instrumentos de bruxaria.
"Primeiro, a sua casa deverá ser vasculhada o mais completamente possível, em todos os buracos, cantos e arcas, em cima e embaixo, e ser for bruxa conhecida, então sem dúvida, a menos que os tenha previamente escondido, serão encontrados vários instrumentos de bruxaria, conforme demonstramos anteriormente." [págs. 414-15].
"No famoso julgamento pela prática de bruxaria da dama Alice Kyteler e seu conciliábulo diante do bispo de Ossory, em 1324, John le Poer, o marido de dama Alice, depôs dizendo que no quarto dela foram descobertos taças e elixires misteriosos, estranhos instrumentos de necromancia e pavorosas relíquias de pessoas mortas, que ela usava em sua abominável arte. Holinshed em sua Chronicle of Ireland (Crônica da Irlanda) (Londres, 1587, pág. 93) sobre o ano de 1323, diz: 'Ao vasculhar o quarto da senhora, eles encontraram uma hóstia sacramental com nomes de demônios inscritos, em vez de Jesus Cristo, e o tubo de um ungüento, que ela esfregava no estribo de seu cavalo, para poder passear e galopar mesmo na névoa mais densa, sempre e da maneira que desejasse.' Veja Geography of Witchcraft, Cp. 2, págs. 85-91."
Ao capturar uma pessoa acusada de ser bruxa em sua própria casa, devia-se tomar o cuidado de não permitir que ela fosse ao seu quarto, pois poderia esconder alguma evidência, ou buscar algum objeto mágico que lhe conferiria o poder de permanecer em silêncio durante o interrogatório; além disso, os oficiais de justiça que executassem a ordem de prisão não deveriam permitir que ela tocasse o solo; a bruxa deveria ser mantida suspensa, carregada dentro de um cesto ou sobre uma tábua, para que não pudesse mais pisar no chão, pois assim ela ficaria impedida de usar seus poderes ocultistas e sobrenaturais contra eles!
Parte III, Segundo Tópico, Questão 9 — "Que trata do que há de ser feito depois da captura, e se a acusada deve ter conhecimento do nome das testemunhas. Eis a quarta questão." — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm03_09.html].
"Há duas questões a serem consideradas depois da captura, embora caiba ao juiz decidir qual deverá ser conduzida em primeira instância: quais sejam, a questão de permitir-se à acusada ser defendida, e se deve ser examinada na câmara de tortura, embora não necessariamente para que seja torturada." [pág. 416].
A partir dessa linha de raciocínio, você pode ver que a tortura física da bruxa já está decidida. É criado um grande temor a respeito dos poderes sobrenaturais da bruxa, de modo a dar a desculpa para o juiz manter todo o assunto em segredo, especialmente os nomes dos informantes.
É dito também que o juiz estará agindo nessas matérias com a autoridade do Supremo Pontífice, de modo que o julgamento divino diante do Grande Trono Branco recairá sobre as cabeças de todos os papas que reinaram durante o período da Inquisição. Como sabemos, o Martelo das Feiticeiras foi elaborado durante o pontificado de Inocêncio VIII.
Parte III, Segundo Tópico, Questão 10 — "Que trata da espécie de defesa que se pode permitir, e da indicação de um advogado. Eis a quinta ação" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm03_10.html].
Se a acusada solicitar defesa, o juiz indicará um advogado que seja de elevada estatura moral e que não seja facilmente subornável. Embora isso pareça ser bom, encontramos um cenário bem diferente pintado pelo padre Gavin, citado anteriormente. Ele diz:
"Esse advogado pertence à Inquisição, recebe seu salário da Inquisição e está comprometido por juramento a abandonar a defesa do prisioneiro... se achar que o caso não pode ser defendido de forma coerente com as leis da Santa Inquisição; portanto tudo é uma mera farsa, uma impostura." [Ibidem, pág. 256].
Parte III, Segundo Tópico, Questão 11 — "Que procedimentos o advogado deverá adotar quando os nomes das testemunhas não lhe forem revelados. A sexta ação" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm03_11.html].
"E se a acusada tornar a insistir em saber os nomes das testemunhas, ele poderá responder-lhe da seguinte maneira: 'Podes adivinhar pelas acusações que lhe são feitas quem são as testemunhas.'" [pág. 421].
Você pode "adivinhar" quem são as testemunhas conhecendo as acusações apresentadas contra você? Que arremedo de justiça. Onde está a comunista ACLU (Frente Americana Pelos Direitos Civis) quando você precisa dela? Essa afirmação simplesmente mostra que a questão já está decidida e que o "julgamento" é apenas uma encenação. A história registra que esse foi o caso, 75 milhões de vezes ao longo de 1.200 anos! [Thirty Years in Hell: From Darkness to Light, escrito pelo ex-padre Bernard Freenborg, 1904, North-American Books House, St. Louis, Missouri].
Parte III, Segundo Tópico, Questão 12 — "Que trata do mesmo assunto, onde se especifica de que modo a questão da inimizade pessoal deve ser investigada. A sétima ação" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm03_12.html].
Quando você ler este segmento, poderá ver que todo o processo judicial está deliberadamente armado contra a suposta bruxa. Ela já está condenada. Você pode ver que a simples acusação equivalia à culpa e condenação.
Parte III, Segundo Tópico, Questão 13 — "Dos pontos a serem observados pelo juiz do exame formal no local de detenção e de tortura. Eis a oitava ação." — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm03_13.html].
O simples título aqui pressupõe que a tortura está planejada e, de fato, estava. Veja a justificativa para a tortura física: "A ação seguinte do juiz é bastante clara. Pois a justiça comum exige que a bruxa não seja condenada à morte a menos que tenha sido declarada culpada por própria confissão." [pág. 428].
Logicamente, como já lemos anteriormente, uma bruxa nunca confessará de livre e espontânea vontade, mas sempre estará inclinada a professar inocência. Portanto, a tortura física é necessária para forçar a confissão; evidentemente ninguém pensou em dizer aos oficiais da Inquisição que confissões obtidas após extrema tortura física não constituem provas de culpa, pois a maioria das pessoas "confessará" qualquer coisa de modo a se livrar das dores excruciantes.
A extensão da tortura física é justificada da seguinte maneira: "A menos que Deus, através de um santo anjo, obrigue o demônio a não auxiliar a bruxa, ela se mostrará tão insensível às dores da tortura que logo será dilacerada membro a membro sem confessar a menor parcela de verdade." [pág. 429].
Assim, o plano era criar as torturas físicas mais terríveis imagináveis, e infligi-las na bruxa. Lembre-se de nossa afirmação anterior sobre a feitiçaria: Os feiticeiros acreditam que uma vítima sacrificial precisa ser torturada o máximo possível, pois tremendo poder ocultista é liberado pelos gritos e tormentos da vítima que está morrendo, e esse poder é transferido diretamente para o feiticeiro. Assim, essa deliberada justificativa das torturas mais brutais possíveis representam outra vinculação direta entre o catolicismo e outras formas de feitiçaria.
Este segmento termina assim: "Em conclusão podemos dizer que é tão ou mais difícil obrigar uma bruxa a dizer a verdade do que o é exorcizar uma pessoa possuída pelo demônio." [pág. 430].
Parte III, Segundo Tópico, Questão 14 — "Do método de sentenciar a acusada ao interrogatório: e como deve ser interrogada no primeiro dia; e se lhe pode prometer a vida. A nona ação." — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm03_14.html].
"... pois que existem várias provas que são suficientes para justificar-lhe a exposição ao interrogatório e à tortura. Assim, para que seja a verdade conhecida pela sua própria boca, e que doravante a acusada não mais ofenda os ouvidos dos juízes, declaramos, julgamos e sentenciamos que no presente dia, a tal hora, a acusada seja submetida ao interrogatório e à tortura. Esta sentença foi lavrada, etc." [pág. 431].
"E enquanto estiver sendo interrogada a respeito de cada um dos pontos, que seja submetida à tortura com a devida freqüência, começando-se com os meios mais brandos; o juiz não deve apressar em usar dos meios mais violentos. E enquanto isso é feito, que o notário a tudo anote: de que modo é torturada, quais as perguntas feitas e quais as respostas obtidas."
"Se após a devida sessão de tortura a acusada se recusar a confessar a verdade, caberá ao juiz colocar diante dela outros aparelhos de tortura e dizer-lhe que terá de suportá-los se não confessar. Se então não for induzida pelo terror a confessar, a tortura deverá prosseguir no segundo ou no terceiro dia, mas não naquele mesmo momento, salvo se houver boas indicações de seu provável êxito."
"Durante o intervalo, antes da sessão de tortura seguinte, o próprio juiz ou outros homens honestos deverão tentar persuadi-la, por todos os meios que estiverem a seu alcance, para que confesse a verdade da forma que dissemos, dando-lhe, se lhes parecer conveniente, a promessa de que sua vida será poupada."
"O juiz deverá cuidar para que durante esse período guardas permaneçam com ela — que em momento algum fique sozinha — para evitar que o demônio faça com que ela se mate. Embora o demônio saiba melhor do que ninguém se a deixará ou se será compelido a tal por Deus. [págs. 433-4].
Esta é a verdadeira face da Igreja Católica Romana e é a face do abismo do inferno! Lembre-se do que Roma diz de si mesma: "Roma nunca muda.".
Parte III, Segundo Tópico, Questão 15 — "Do prosseguimento da tortura, e dos meios e sinais pelos quais o juiz é capaz de identificar uma bruxa; e da maneira qual poderá se proteger de seus malefícios. E também de que modo devem ser raspados os pêlos daquelas partes em que costumam ocultar as máscaras e os símbolos do demônio, além do devido estabelecimento dos vários meios de vencer-lhes a obstinação em manter o silêncio e a recusa da confissão. Eis a décima ação." — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm03_15.html].
"No prosseguimento da tortura o juiz deverá agir da seguinte maneira. Primeiro há de ter em mente que, assim como o mesmo remédio não se aplica a todos os membros, os hereges e os acusados de heresia não deverão ser submetidos ao mesmo método de interrogatório, de exame e de tortura quanto aos gravames que pairam sobre eles; meios variados e diversos hão de ser empregados, segundo as pessoas e sua variada natureza..." [pág. 434].
Em seguida, os autores iniciam uma discussão sobre os vários modos como o juiz precisa se proteger dos poderes sobrenaturais da bruxa. O método preferido é usar um amuleto católico chamado de "cera benta", que é formado por cera comprimida sobre a qual há o desenho de um carneiro. Quando colocado em volta do pescoço, esse amuleto "protege" o usuário contra qualquer forma de bruxaria. Novamente, isso descreve perfeitamente a crença pagã, vinculando o catolicismo romano com as crenças e práticas pagãs.
"A terceira precaução a ser observada nesta décima etapa é que os pêlos e cabelos devem ser raspados em todo o corpo. A razão para isso é a mesma porque se deve tirar-lhes as roupas, que já mencionamos; pois para conservarem o poder do silêncio têm o hábito de esconder objetos supersticiosos nas roupas e nos cabelos, até mesmo nas partes mais secretas do corpo, cujo nome não nos atrevemos a mencionar." [pág. 437].
Essa "precaução" deu lugar a alguns dos crimes passionais mais horrendos imagináveis! Um historiador relata o que acontecia quando um sacerdote examinava uma mulher dessa maneira. [Nota: Os sacerdotes não deveriam examinar uma mulher assim, mas se encarregavam do assunto e regularmente faziam isso.] Veja o relato do historiador:
"Colocada nas mãos dos reais inquisidores, as mulheres eram examinadas ainda mais, tendo os cabelos e os pêlos pubianos depilados e as dobras minuciosamente inspecionadas com a desculpa que ali provavelmente poderia estar escondido um pequeno pedaço de pano com um símbolo mágico para ser usado como talismã para suportar as dores da tortura a que ela seria submetida. O estupro imediato e sadista da vítima tornou-se comum... 'As vítimas', reportam as crônicas, 'eram tão barbaramente usadas que a modéstia nos proíbe de mencionar.'" [Thompkins, The Magic of Obelisks, pág. 391].
Você pode imaginar no que esse tipo de ação contra uma mulher poderia se transformar quando realizada por um sacerdote que, devido ao celibato, estava carente de sexo? Quando o sacerdote punha seus dedos nos genitais de uma mulher para "inspecionar se ela não havia escondido ali um pedaço de pano", é muito provável que ele se tornasse muito excitado e até perdesse o autocontrole; de fato, esse era o plano por parte de muitos sacerdotes durante a Inquisição, pois essa era sua oportunidade para extravasar seu desejo sexual represado.
Na verdade, o estupro sadista pelo sacerdote, ou pelos padres da Inquisição, era muito comum. Assim, uma mulher ao considerar a Inquisição, poderia saber, pelos rumores que circulavam, que o estupro sadista seria uma das torturas à qual ela seria submetida se algum dia fosse acusada de ser uma bruxa e entregue às autoridades da Inquisição! Que mulher não se submeteria às exigências de um sacerdote no confessionário para ter sexo com ele, ou então ser entregue à "Santa Inquisição"?
Parte III, Segundo Tópico, Questão 16 — "Do momento oportuno e do método para o segundo exame. E essa é a décima primeira ação, que trata das precauções finais a serem observadas pelo juiz" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_II/mm03_16.html].
Para se proteger contra o poder sobrenatural que as bruxas possam lançar contra ele, o juiz é orientado a recorrer a mais práticas satânicas, camufladas com nomes cristãos, é claro. Quando essas proteções são amuletos, elas devem ser colocadas em volta do pescoço. Eis algumas das precauções que os juízes são orientados a tomar:
Realizar o interrogatório nos dias mais santos e durante a celebração da missa.
O juiz deveria "usar em volta do pescoço sal consagrado e outras substâncias, junto com as sete palavras que Cristo pronunciou na cruz escritas num quadro, todas unidas".
"E deve, se puder convenientemente, fazê-las do tamanho da estatura de Cristo, usá-las junto ao seu corpo nu, trazendo consigo, também junto ao corpo, outras coisas sagradas.".
"As relíquias dos santos, também, são de particular virtude." [pág. 440].
Tomando uma ou mais dessas precauções, o juiz poderia torturar a bruxa impunemente.
"Tendo tomado tais precauções, e depois de dar à bruxa água benta para beber, que torne a interrogá-la, exortando-a a confessar a verdade o tempo todo, como no interrogatório anterior. E enquanto ela estiver sendo suspensa do chão, caso seja torturada dessa forma, que o juiz leia ou faça ler para ela os depoimentos das testemunhas com os seus nomes, dizendo: 'Vê! Foste condenada pelas testemunhas!' Além disso, se as testemunhas se mostrarem dispostas a confrontá-la face a face, o juiz deverá perguntar-lhe se irá confessar os crimes caso coloque as testemunhas perante ela. Se consentir, que sejam trazidas as testemunhas e que se postem diante dela, para que seja coagida a confessar alguns dos crimes."
"Por fim, se o juiz perceber que a bruxa não vai admitir os crimes, há de perguntar-lhe se, para provar-lhe a inocência, ela está disposta a submeter-se ao ordálio do ferro incandescente. E todas vão desejar isso, sabendo que o demônio impedirá os ferimentos; portanto assim se expõe uma bruxa verdadeira." [pág. 441].
Em outras palavras, se uma bruxa não for ferida pelo ferro incandescente, isso prova que ela é uma bruxa, ou será que não? A história registra que queimar uma vítima com o ferro incandescente era lugar comum, e isso era feito simplesmente para causar dores excruciantes.
O objetivo é obter a "confissão". Este segmento revela a natureza dos detalhes lascivos que o juiz esteve procurando o tempo todo.
"E que o juiz observe: depois de ter confessado todos os males causados a homens e animais, há de perguntar-lhe durante quantos anos tem se entregado a um íncubo, e por quanto tempo desde que abjurou a fé. Pois nunca confessam esses assuntos, salvo quando primeiro já confessaram outros atos; portanto, cumpre indagar-lhes a esse respeito só no final da confissão." [pág. 442].
Como as regras da confissão foram criadas para que todos os detalhes de um pecado sejam relatados ao confessor, considera-se que essa pobre mulher que "confessou" ao juiz submeteu-se a um íncubo, isto é, a um demônio masculino que tem relações sexuais com uma mulher. Se essa mulher não fornecer bastantes detalhes sexuais sobre suas supostas relações sexuais com um demônio, provavelmente será torturada novamente. Portanto, é provável que ela inventará os detalhes sexuais, para satisfazer às imaginações voyeuristas do sacerdote celibatário.
Parte III, Terceiro Tópico — "A última parte da obra: De como o processo há de ser concluído com o pronunciamento de uma sentença definitiva e justa" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_III/mm03c00a.html].
Agora, chegamos à seção final que determina os tipos de sentenças que podem ser "apropriadamente" lavradas para uma pessoa tão horrível quanto uma bruxa, culpada de graves crimes eclesiásticos. Incentivamos você a ler este segmento com toda a atenção.
Parte III, Terceiro Tópico, Questão 17 — "Da purgação comum, e sobretudo da prova pelo ferro em brasa, a que as bruxas apelam" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_III/mm03_17a.html].
O quê?"... Portanto, a prova pelo ferro em brasa também haveria de ser lícita em alguns casos... Uma vez mais, o juiz, que é responsável pela segurança da comunidade, pode licitamente permitir um mal menor para que um maior seja evitado; como ao permitir a existência de prostitutas nas cidades a fim de evitar a confusão geral da luxúria. Pois S. Agostinho, em De Gratia et libero Arbitrio, declara: 'Afastai as prostitutas e estareis criando um caos e uma confusão geral pela luxúria." [pág. 445; ênfase adicionada].
Eu já tinha ouvido dizer que o catolicismo romano ensinava essa heresia abominável, mas esta é a primeira vez que vejo isso escrito. Que abominação bíblica à pureza de Jesus Cristo, em nome de quem essa "igreja" supostamente foi fundada! A Bíblia não ensina essa besteira em parte alguma, pois pecado é pecado, e não existe essa classificação de pecados levianos e mortais com Deus.
Mas, esse é o tipo de ensino que apela à mente humana não-regenerada, para a razão humana sem Deus. Somente esse ensino deveria convencer qualquer pessoa da estupidez de aceitar o ensino humano — a Tradição da Igreja — como sendo igual às Escrituras Sagradas, cada palavra das quais foi proferida por Deus. Os fariseus no tempo de Jesus cometeram esse pecado, ensinando que as tradições judaicas dos Pais eram equivalentes às Escrituras Sagradas. Após condenar a Tradição, Jesus Cristo disse:
"Por que transgredis vós, também, o mandamento de Deus pela vossa tradição?" [Mateus 15:3].
Ele então deu vários exemplos desses tipos de tradições ensinadas como se fossem Escrituras. Em seguida, disse:
"E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus." [Mateus 15:6].
Isto é exatamente o que "Santo" Agostinho fez com a determinação citada anteriormente! Ele colocou de lado a Palavra de Deus, invalidando-a! Ele está ensinando a razão humana como se fosse Escritura. Veja como Jesus Cristo chamou esse tipo de pessoa:
"Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim." [Mateus 15:7-8].
Mas, então, Jesus profere uma verdade seriíssima, que se aplica com força igualmente devastadora à Igreja Católica, que ensina que a Tradição da Igreja tem o mesmo valor que as Escrituras. Veja o efeito final que seguir esse tipo de tradição tem sobre o relacionamento de uma pessoa com Jesus Cristo:
"Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens." [Mateus 15:9].
"Em vão me adoram"! A maior tragédia possível na vida de uma pessoa é entrar na eternidade pensando que está em boa situação diante de Deus e que irá para o céu, somente para despertar no dia do julgamento diante do Grande Trono Branco e ouvir Jesus Cristo trovejar: "Em vão me adoraste!"
A sinceridade e o zelo na adoração não salvarão ninguém no dia do juízo. Como o apóstolo Paulo disse sobre a adoração inútil dos judeus, que seguiam a tradição dos Pais: "Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus." [Romanos 10:2-3].
Quando um fiel católico segue zelosamente a Tradição da Igreja, como ensinado por "Santo" Agostinho, ele não está esclarecido nem está adorando de acordo com o conhecimento correto e vital, está ignorando a justiça atribuída por Deus, que torna alguém aceitável diante Dele, e lamentavelmente terá de ouvir Jesus Cristo dizer: "Em vão me adoraste!".
Entretanto, essa bobagem religiosa, essa Tradição da Igreja, tem aplicação direta para o escândalo dos padres pedófilos!
Uma das perguntas que mais se faz é por que a hierarquia da Igreja protegeu os padres sabidamente pedófilos, em vez de removê-los e denunciá-los à Polícia! Transferindo esses padres para outras paróquias, a Igreja simplesmente deixou mais crianças disponíveis para eles! A lógica dessa ação desafia a imaginação.
Todavia, a resposta encontra-se no mínimo em parte nessa Tradição da Igreja! Os bispos sabem que ocultar os padres pedófilos e permitir que eles continuem a ter contato com crianças pequenas é totalmente errado; entretanto, eles podem prontamente concluir que esse é o menor de dois males. O mal maior seria permitir que a fachada da "Santa" Igreja Católica caísse por terra, para que as pessoas pudessem ver nessa instituição religiosa a besta que ela é e sempre será. (Apocalipse 13:11-18).
Portanto, os cardeais e bispos provavelmente concluíram que devem cometer o menor pecado de modo a evitar o maior! Fazendo isso, eles anularam a lei de Deus, colocando-a de lado e neutralizando seu efeito! Esses oficiais da Igreja Católica estão agindo do mesmo modo como sempre agiram; no artigo N1671, lemos que, nos anos 1920-1940, padres pedófilos foram transferidos do "oeste para o leste" assim que suas atividades foram descobertas na paróquia em que eles estavam servindo.
Agora, você sabe por que os padres pedófilos foram tratados com brandura. Roma sempre procura sua própria proteção como seu mais alto e nobre objetivo! Jesus estava certo:
"Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens." [Mateus 15:9].
Parte III, Terceiro Tópico, Questão 18 — "Da maneira de pronunciar a sentença final e definitiva" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_III/mm03_18a.html].
"... o juiz poderá eliminar quaisquer digressões. Portanto, o juiz pode, se quiser, agir dessa forma e inclusive emitir a sentença, sem a colocar por escrito..." [pág. 450].
Não é terrivelmente conveniente que um juiz possa emitir uma sentença de morte contra uma mulher acusada falsamente de ser bruxa e possa fazer isso verbalmente, sem deixar a sentença registrada para a posteridade, emitindo-a por escrito? As regras foram criadas para dar todo o poder e proteção aos juízes e aos oficiais da Inquisição, ao mesmo tempo em que negam ao acusado as proteções mais elementares. Em seguida, vemos que o juiz deve agir com rapidez.
"Convém notar uma vez mais que, embora nas ações criminais a execução da sentença não deva ser protelada..." [pág. 450].
Parte III, Terceiro Tópico, Questão 19 — "Dos vários graus de suspeita manifesta que tornam a acusada sujeita a pena" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_III/mm03_19a.html].
Este segmento detalha "de quantos e de quais modos pode uma pessoa ser considerada suspeita de heresia e se pode ser julgada e condenada por causa de tal suspeita". Achamos muito preocupante que "a segunda suspeita, altamente provável e circunstancial, é aceita como espécie de semiprova ou prova intermediária; ou seja, como elemento que ajuda a consubstanciar as demais provas." Embora o juiz não devesse usar esse tipo de "prova", a história nos diz que eles a usavam em muitas ocasiões. O que essa frase faz é abrir apenas uma frestinha na porta para essa prática, para que um juiz "zeloso" possa escancará-la.
Parte III, Terceiro Tópico, Questão 20 — "Do primeiro método de pronunciar a sentença" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_III/mm03_20a.html].
Este segmento apresenta o método de declarar uma mulher inocente após a investigação. Tudo parece correto; entretanto, sabemos a partir dos segmentos anteriores que o próprio processo de investigação submetia a mulher a uma tortura bárbara para forçar a "confissão". Portanto, mesmo que uma mulher fosse eventualmente inocentada, ela teria sido antes torturada de uma forma inimaginável.
Esta é a verdadeira face do catolicismo romano.
Parte III, Terceiro Tópico, Questão 21 — "Do segundo método de pronunciar a sentença, quando a acusada só é difamada" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_III/mm03_21a.html].
"O seguinte procedimento, portanto, deve ser empregado nesses casos em que nada se prova, salvo a difamação pública. Nesse caso, não se pode emitir julgamento condenatório, nem se pode absolver a ré como no primeiro caso. No entanto, há de se lhe impor a purgação canônica. Portanto, que o bispo ou se representante, ou o juiz, repare primeiro que, em caso de heresia, a difamação não necessariamente deverá provir de pessoas honestas e respeitáveis; o peso é igual quando a calúnia advém de gente simples e comum."
"Eis o motivo: as mesmas pessoas que são admitidas como acusadores num caso de heresia também o são como detratores. Ora, qualquer herege pode ser acusado por qualquer pessoa exceto por seus inimigos mortais; portanto, pode também esta ser difamada por qualquer um." [pág. 459].
Novamente, vemos que todo o aparato da Inquisição transformava as pessoas culpadas por nada, aceitando acusações feitas por indivíduos desqualificados! A vida dos cidadãos comuns e ordeiros daquele tempo devia ser um inferno! De fato, era um inferno, dando prova adicional do peso da ameaça, quando um sacerdote ameaçava entregar uma mulher à Inquisição se ela não mantivesse relações sexuais com ele! Que mulher não seria tentada a ceder ao sacerdote e se envolver sexualmente com ele de modo a evitar a mais remota possibilidade de ele cumprir essa ameaça dos infernos, submetendo-a às mais excruciantes torturas da Inquisição?
Quando você ler este segmento, descobrirá que a pessoa acusada era considerada culpada até que provasse sua inocência! Assim, uma mulher de alta posição poderia ser levada diante da Inquisição somente porque o bêbado da cidade — para usar um exemplo — a acusou secretamente de ser uma bruxa. Neste ponto, a acusada era considerada culpada a não ser que provasse sua inocência!
Parte III, Terceiro Tópico, Questão 22 — "Da terceira espécie de sentença, a ser pronunciada contra quem foi difamado, e que deverá ser submetido a interrogatório" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_III/mm03_22a.html].
As palavras "deverá ser submetido a interrogatório" na verdade deveriam ser "deverá ser submetido à tortura". Assim, mesmo que uma pessoa fosse eventualmente considerada inocente das acusações feitas contra ela, essa infeliz pessoa teria sido torturada barbaramente! Veja:
"Mas se, após a devida tortura e o devido interrogatório, ainda não tiverem trazido à baila a verdade, que a acusada não seja mais molestada, e que seja colocada em liberdade." [pág. 464].
Como se vê, esses 1.200 anos são corretamente chamados de "Idade das Trevas", pois as trevas do romanismo caíram sobre quase toda a Europa.
Parte III, Terceiro Tópico, Questão 23 — "Do quarto método de pronunciar a sentença, no caso de acusação por leve suspeita" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_III/mm03_23a.html].
Se a pessoa fosse acusada de "leve suspeita" que não pudesse ser consubstanciada mesmo pelos métodos da Inquisição, essa pessoa precisava declarar que era um católico romano devoto em sua fé e prática. Portanto, a Inquisição foi virtualmente 100% "eficiente" contra os hereges protestantes, que surgiram logo após Martinho Lutero iniciar a Reforma, em 1517. Como nenhum protestante podia afirmar ser um bom católico romano, 100% deles estavam destinados a sofrer a tortura e a morte pela "Santa" Inquisição!
Parte III, Terceiro Tópico, Questão 24 — "Da quinta maneira de pronunciar a sentença, no caso de forte suspeita de crime de heresia" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_III/mm03_24a.html].
"O procedimento nesse caso é o seguinte. A pessoa a que se imputa forte suspeita de heresia deverá abjurá-la de forma a, caso posteriormente reincida no crime, ser entregue para a Corte secular a fim de receber a pena máxima. E fará a abjuração pública ou sigilosamente, sob as mesmas condições especificadas para os casos de suspeita leve, devendo abjurar a heresia específica de que é acusada." [pág. 467].
Parte III, Terceiro Tópico, Questão 25 — "Do sexto tipo de sentença, nos casos de grave suspeita de heresia" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_III/mm03_25a.html].
"O que se dá quando ela não é condenada de heresia por confissão espontânea ou pela evidência dos fatos ou pelo depoimento legítimo de testemunhas, mas há indícios muito fortes e graves (não apenas leves ou mesmo fortes) que a tornam gravemente suspeita de tal heresia, pelo que deverá ser julgada."
"Como exemplo de grave suspeita de heresia de bruxaria temos o caso da acusada que declarou ou fez alguma coisa própria do que fazem ou dizem as bruxas quando querem enfeitiçar alguém... Portanto, uma bruxa incide em suspeita grave quando, após ter usado expressões como: 'Logo, logo te farei sentir', ou outras semelhantes, algum mal ocorre à pessoa ou aos animais ameaçados." [págs. 471-72].
Mais uma vez, vemos o quão aterrorizadas deveriam as pessoas comuns estar nos tempos da Inquisição; se podiam pairar suspeitas de bruxaria contra uma mulher simplesmente por ter proferido as palavras: 'Logo farei você sofrer', mulher alguma em toda a aldeia poderia se sentir segura em tempo algum. Se depois a pessoa contra quem ela proferiu essas palavras adoecesse, ela poderia ser levada diante da Inquisição para sofrer as torturas tão comuns e tão bem-conhecidas.
Esta é a face do catolicismo romano, direta do abismo!"... E em caso de tudo falhar, que ele cuide para, se ela tiver perpetrado o mesmo crime antes, que não seja de forma alguma libertada e sim seja mantida na imundície da prisão por um ano, e que seja torturada, e que seja examinada muitas vezes, especialmente nos dias mais santos. Mas se, além disso, ela tiver sido difamada, então o juiz poderá proceder da forma já indicada no caso da heresia simples e condená-la ao fogo, especialmente se houver uma multidão de testemunhas e ela tiver sido sempre encontrada em atos semelhantes ou em outros atos de bruxaria."
Parte III, Terceiro Tópico, Questão 26 — "Do método de lavrar a sentença contra aquela que é tanto suspeita quanto difamada" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_III/mm03_26a.html].
O último parágrafo desta seção define o método de punição. Leia e veja se você encontra justiça neste cenário:
"E que pronunciem a sentença da forma que mais convier à honra da fé e para o extermínio do pecado da heresia: que em certos domingos e Festas de Guarda a condenada deverá postar-se à porta de tal igreja segurando uma vela de determinado peso, durante a celebração da Santa Missa, com a cabeça descoberta e os pés nus, e que ofereça a vela ao altar; ademais deverá jejuar às sextas, e por certo período de tempo não ousará afastar-se daquele local, devendo apresentar-se perante o bispo ou juiz em certos dias da semana; e que sejam impostas outras penas semelhantes exigidas pela natureza particular do caso e da culpa; pois que para tal não há uma regra simples e única. Esta sentença foi prolatada etc. E que seja posta em execução logo após ter sido pronunciada; e que seja anulada, mitigada ou modificada conforme exigido pela condição da penitente e para sua correção e humilhação; pois o bispo tem esse poder pela lei." [pág. 478].
Parte III, Terceiro Tópico, Questão 27 — "Do método de pronunciar a sentença contra as que confessarem a heresia, mas que não são penitentes" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_III/mm03_27a.html].
"Nós também te sentenciamos e te condenamos à prisão perpétua, para que lá sejas punida com o pão da miséria e a água do sofrimento, nos reservando o direito de mitigar, agravar, modificar ou comutar em parte ou no todo a mencionada sentença se e quando acharmos conveniente assim proceder. Esta sentença foi prolatada, etc." [pág. 481].
Portanto, a sentença de Prisão Perpétua era aplicada à pessoa que confessava a heresia, mas não se arrependia dela.
Parte III, Terceiro Tópico, Questão 28 — "Do método de lavrar a sentença contra as que confessaram a heresia, mas que nela reincidiram, não obstante agora penitentes" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_III/mm03_28a.html].
Este tipo de pessoa recebia o sacramento da Eucaristia e depois era entregue às autoridades seculares para receber sua sentença. Mas, como as autoridades seculares também estão sob o poder do papa, a sentença final ainda está sendo determinada pela Igreja Católica.
"A ela não se há de negar, caso os peça humildemente, os sacramentos da Penitência e da Eucaristia; mas, por mais que se mostre arrependida, terá de ser entregue como reincidente à Corte secular para sofrer a pena capital. Cumpre entender que isso se refere à pessoa que fez a abjuração depois de apanhada manifestadamente em heresia, ou depois de ter sido fortemente suspeita de heresia, não depois de ter sido apenas levemente suspeita desse erro." [pág. 482].
Parte III, Terceiro Tópico, Questão 29 — "Do método de exarar a sentença contra os que confessaram a heresia, mas são impenitentes, embora não reincidentes" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_III/mm03_29a.html].
A Igreja aplicava a pena de Excomunhão, informava a pessoa que ela estava condenada ao inferno e então a entregava às autoridades seculares para receber sua punição.
Parte III, Terceiro Tópico, Questão 30 — "Daquela que confessou a heresia, é reincidente e também e impenitente" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_III/mm03_30a.html].
O procedimento é o mesmo que no caso anterior. A pessoa era excomungada, informada que estava condenada ao inferno e depois era entregue às autoridades seculares, que deveriam executar a sentença de morte.
Parte III, Terceiro Tópico, Questão 31 — "Da que é apanhada e condenada, mas que a tudo nega" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_III/mm03_31a.html].
Novamente, esse tipo de pessoa era excomungada e depois entregue às autoridades seculares para receber sua sentença de morte.
Parte III, Terceiro Tópico, Questão 32 — "Da que é culpada mas que fugiu ou que se ausentou de forma contumaz" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_III/mm03_32a.html].
A pessoa que era considerada culpada e condenada, mas que conseguia fugir, era excomungada; se um dia fosse localizada, seria entregue às autoridades civis.
Parte III, Terceiro Tópico, Questão 33 — "Do método de exarar a sentença para as que foram acusadas por outra bruxa, que foi ou que será queimada na estaca" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_III/mm03_33a.html].
Parte III, Terceiro Tópico, Questão 34 — "Do método de pronunciar a sentença contras as bruxas que anulam malefícios causados por bruxaria e contra as bruxas parteiras e os magos-arqueiros" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_III/mm03_34a.html].
Mais uma vez, esta seção contém tantas idas e vindas que pedimos que você mesmo a leia com atenção.
Parte III, Terceiro Tópico, Questão 35 — "Finalmente, do método para lavrar a sentença contra as bruxas que entram ou fazem com que se entrem com apelação ou recurso, seja frívolo ou legítimo e justo" — [http://www.malleusmaleficarum.org/part_III/mm03_35a.html].
Embora esta seção trate do processo de apelação da sentença, é interessante observar que a frase final deste documento extremamente longo preocupe-se com a manutenção da reputação da Igreja Católica Romana. Isto parece familiar para você, tendo em vista as notícias recentes?
"Tudo isso é prejudicial para a Fé da Santa Igreja de Deus. Pelo que, possa o Esposo desta Igreja preservá-la na misericórdia de todos estes males." [pág. 517].
Esta é a lógica para os bispos atuais ocultarem os pecados dos padres pedófilos e transferi-los de uma paróquia para outra, em vez de entregá-los às autoridades judiciais. Sempre, em todas as eras, a Igreja Católica Romana esteve muito ciente de seus pecados contínuos e das ações onerosas que toma e que poderiam fazer cair por terra sua fachada de santidade e legitimidade. Portanto, em todas as eras, a Igreja Católica sempre esteve muito preocupada com sua reputação, mais do que com qualquer outra questão, incluindo as almas das crianças inocentes presas em sua rede.
Conclusão
Iniciamos este artigo definindo nossa premissa: Em 1710, um sacerdote católico moribundo contou ao seu confessor que ele e outros padres em sua diocese tinham regularmente ameaçado as mulheres penitentes de entregá-las à Inquisição se elas não mantivessem relações sexuais com eles! Em circunstâncias normais, esse comportamento por um sacerdote celibatário, "santo", "puro" e "casto" seria tão repulsivo que garantiria um processo criminal contra ele.
Esse sacerdote declarou: "Com essas persuasões diabólicas, elas ficavam às nossas ordens, sem medo de revelar o segredo.".
Que tipo de pessoa poderia fazer esse tipo de ameaça? Que tipo de sacerdote faria essa ameaça maligna a uma mulher sincera penitente que somente veio fazer sua confissão para receber o perdão de Deus por seus pecados?
Entretanto, o impacto total dessa ameaça dos sacerdotes é perdido na maioria das pessoas hoje, porque elas têm pouco ou nenhum conhecimento específico sobre o que foi a Inquisição da Igreja Católica. Embora a Inquisição tenha durado cerca de 1.200 anos e feito 75 milhões de vítimas, os livros de história desde a Primeira Guerra Mundial foram reescritos e omitem quase totalmente os horrores da Inquisição.
Nosso trabalho foi feito e descobrimos o Manual Operacional padrão que serviu de base para a Inquisição; o nome dele é O Martelo das Feiticeiras (Malleus Maleficarum) e o estudamos em profundidade. Pedimos desculpas pela extensão desta análise, mas achamos que isso era inevitável se quiséssemos revelar a verdadeira natureza da Inquisição.
Uma vez que combine uma compreensão dos fatos da Inquisição que o manual operacional pelo qual os papas, bispos, cardeais e sacerdotes operaram essa campanha assassina, você obtém uma visão muito boa sobre a verdadeira face do catolicismo romano. Se estudar esse material em detalhes, você verá a falsa fachada que a Igreja Católica mantém há vários séculos se desfazer completamente.
Agora, você conhece detalhes suficientes da Inquisição para saber o quão maligna essa ameaça verdadeiramente é. A Bíblia nos diz as maldades que esse tipo de sacerdote é capaz de cometer ao ameaçar as mulheres penitentes. Veja:
"Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência; proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças." [1 Timóteo 4:1-3].
Que tipo de sacerdote seria capaz de ameaçar uma mulher no confessionário com a Inquisição se ela não se relacionasse sexualmente com ele? Esses versos da Bíblia nos dizem que esses sacerdotes têm as seguintes características pessoais ou religiosas. Eles são:
- Hipócritas.
- Mentirosos.
Têm uma consciência cauterizada e que efetivamente não funciona mais!
- Sacerdotes que deram atenção a espíritos enganadores.
- Sacerdotes que ensinam doutrinas de demônios.
Sacerdotes que chegavam a ameaçar as mulheres no confessionário com os horrores da Inquisição se elas não se relacionassem sexualmente com eles!
Sacerdotes que seduzem e abusam sexualmente de meninos inocentes, até mais de uma centena deles!
Cardeais e bispos que protegem sacerdotes sabidamente pedófilos, em vez de removê-los para que não estejam mais em contato com crianças pequenas, e que os protegem com uma blindagem contra o sistema judicial.
- São os papas, cardeais, bispos e sacerdotes da Igreja de Roma.
Esta é a verdadeira face da igreja Católica Romana, a igreja que "nunca muda".
Em breve, os planos dos Illuminati entrarão em efeito total em todo o mundo e tanto o Anticristo quanto o Falso Profeta religiosos surgirão, demonstrando ambos os mesmos poderes da feitiçaria de Magia Negra e enganarão as pessoas com seus sinais e maravilhas da mentira.
Neste ponto, o Falso Profeta — que é o papa — iniciará planos concretos de erradicar todos os seus inimigos, uma ação que ocorrerá por volta da metade do período da Tribulação. Nesse ponto, a Congregação Para a Defesa da Fé — a Inquisição — estará muito atarefada, pois precisará estar preparada para entrar completamente em ação uma vez que o papa "faça com que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, recebam um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome." [Apocalipse 13:16-17].
Agora, você sabe como é possível que a Igreja Católica Romana poderá servir a Satanás tão completamente durante o Período da Tribulação; ela já o serviu fielmente primeiro durante a "Santa" Inquisição.