Apertem os Cintos. O Pregador Sumiu

sábado, 3 de outubro de 2009

“Sermoezinhos produzem cristãozinhos”. Henry Feyrabhend.

Concordo em gênero e grau com a colocação do irmão Henry. Vivemos um momento delicado no que diz respeito a pregação na igreja cristã.

Os pregadores tem sob sua responsabilidade um encargo profético, mas, alguém observou, tristemente, que em certa denominação o rebanho estava sendo alimentado com sermões fofos, sem consistência.
Parece haver um acordo velado, aparentemente consciente, entre pregadores que não ousam anunciar o evangelho.

Refiro-me ao evangelho que, de acordo com o grande apóstolo Paulo, é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. Portanto, trata-se de uma mensagem desafiadora, estimulante, destruidora de paradigmas malignos, libertadora.

Ao invés de uma firme unção do Espírito, muito do que se ouve hoje em boa parte das igrejas, é construído através de formulas que geram sermões prontos para agradar a todos e não constranger ninguém.
O esquema: você é, você tem, você pode, se infiltrou no seio da igreja disposto a solapar definitivamente o insubstituível “assim diz o Senhor”.
O resultado é trágico. Igrejas abarrotadas de espectadores subnutridos. Pessoas totalmente despreparadas para toda boa obra.
Creio que toda pregação deveria ser construída sobre os pilares apresentados por Paulo à Timoteo, a saber:
“prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda a loganimidade e ensino”. II Tim. 4:2.

Analisemos tais pilares:
Prega a palavra – A palavra de Deus, quando aplicada, muda circunstancias, transforma vidas, opera a salvação. Mas… a palavra.
Deve ficar fora dos planos do profeta, apresentar qualquer coisa que não provenha das escrituras sagradas.
É a bíblia que deve ser explanada no púlpito e não conceitos extraídos do ultimo best-seller de auto-ajuda.
É a palavra que deve ser pregada e não minhas convicções pessoais.
Devo apresentar a palavra em sua simplicidade e poder, sem mascará-la com teorias seculares.

Insta – Instar é recomendar, solicitar com urgência e firme insistência. Para isso, é extremamente necessário que o profeta tenha plena convicção daquilo em que crê. O pregador precisa estar certo de que a mensagem do evangelho é verdadeira e necessária. Ele precisa estar convicto de que o que crê e prega é urgente e vital para seus ouvintes. Caso contrário, sua mensagem já nasceu sem poder.

Admoesta – Ou seja, advirta. Isso diz respeito aos perigos e dificuldades. Todo sermão deve expor àquilo que pode atrapalhar o cristão em sua caminhada. Admoestar é dizer ao rebanho: cuidado, isso pode fazer você perder o rumo.

Repreende – Repreender é censurar o mau procedimento. Muitos pregadores se privam de fazer qualquer tipo de censura por medo de desagradar.
Existem pessoas que cantam hinos de louvor a Deus nos dias de culto, no entanto, cometem atrocidades durante a semana sem se sentir constrangidas porque os pregadores às vezes se esquecem de censurar o erro. O profeta de Deus deve dizer: basta.

Exortar – Nenhum sermão será completo se não tiver em sua composição palavras de exortação. Exortar é animar, incentivar.

A palavra pregada deve ser um estimulo para que os crentes continuem firmes na vida cristã. Deve ser exposto com todas as letras o quanto vale a pena ser um verdadeiro discípulo de Jesus Cristo neste mundo mau.
O pregador deve deixar claro que é extremamente compensador viver a sã doutrina.
Seus ouvintes devem sair do culto, cientes de que a recompensa é temporal e eterna.
Com toda a longanimidade e ensino – O bom pregador é, acima de tudo, um professor cheio de bondade. É um crime contra Deus usar o púlpito para arrasar as pessoas. Isso pode acabar refletindo no caráter de Deus, tornado o resultado uma tragédia.

A pregação ungida é aquela em que pessoas, mesmo confrontadas, saem dispostas a mudar aquilo que está errado em suas vidas porque entenderam que Deus bondosamente lhes ensinou algo.
E para que tudo isso realmente receba o selo de aprovação divina, não podemos esquecer de algo da maior importância na vida daquele que ministra a palavra:
“Em tudo te dá por exemplo de boas obras”. Tito 2:7.
O pregador eficaz é aquele que, não só ensina o que deve ser feito, mas que mostra como se fazer. Viva aquilo que prega e pregue somente aquilo que você vive.

É triste quando pregadores mascaram a palavra para não mexer com as particularidades de seus ouvintes. Isso acaba por produzir uma massa de cristãos mornos. Impede o crescimento espiritual daqueles que nos foram confiados por Deus.
A. W. Tozer deixou, por escrito, uma rica lição àqueles que tem o sagrado dever de anunciar o evangelho:
“É preciso que nós, que pregamos o evangelho, não nos consideremos como agentes de relações públicas enviados para estabelecer boa vontade entre Cristo e o mundo. É preciso que não nos imaginemos comissionados para tornar Cristo aceitável ao grande comercio, à imprensa, ao mundo dos esportes ou à educação moderna. Não somos diplomatas, mas profetas, e nossa mensagem não é um acordo, mas um ultimato”. 1.

Acredito que seguindo essa formula biblicamente legitima, seremos pregadores usados para a salvação das almas.
O ideal é escolhermos pregar a pura palavra de Deus, deixando os resultados com Aquele que disse:
“assim será a palavra que sair da minha boca: Ela não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz, e prosperara naquilo para que a enviei”. Isaias 55:11.

Jesus Cristo reina.

1 – A W Tozer – A velha e nova cruz – extraído de, Homem: habitação de Deus. Pág. 41 – Editora Mundo Cristão.



“...haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos”
(2 Timóteo 4.3)

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