Uma Análise Bíblica Sobre o Engano

terça-feira, 2 de junho de 2009


“Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios.” (1 Timóteo 4:1)


Todo tipo de verdade liberta; as mentiras, entretanto, aprisionam em cadeias. A ignorância também aprisiona porque sede terreno a Satanás. A ignorância do homem é condição primária e essencial para o engano por espíritos malignos. A ignorância do povo de Deus a respeito dos poderes das trevas tem facilitado a obra de Satanás como enganador. O homem não caído, em seu estado puro não era perfeito em conhecimento. Eva era ignorante com relação ao bem e ao mal, e sua ignorância foi condição propícia para o engano da serpente.

O grande propósito do diabo, pela qual ele luta incessantemente, é manter o mundo na ignorância a seu respeito sobre sua maneira de agir e sobre seus comparsas, e a Igreja acaba ficando do lado dele quando decide ser ignorante sobre ele. Todo homem deve manter-se aberto a toda verdade e rejeitar o falso conhecimento que tem derrotado dezenas de milhares e mantido as nações sobre o engano do maligno.

Nesta última hora, espíritos enganadores atacam de forma especial a Igreja de Cristo. Esse ataque é cumprimento da profecia que o Espírito Santo revelou expressamente por meio do apóstolo Paulo: que um grande ataque do engano aconteceria nos “últimos tempos”. Desde que essa profecia foi entregue, quase 2 mil anos se passaram, mas a manifestação especial de espíritos malignos para engano dos crentes hoje em dia aponta, sem dúvida alguma, para o fato de que estamos na última hora. (1 João 2:18)

O perigo da Igreja no fim desta dispensação foi predito como sendo especial no campo sobrenatural, de onde Satanás enviaria um exército de espíritos ensinadores (I Tm 4:1) para enganar todos os que estivessem abertos a ensinamentos por revelação espiritual. E assim afastá-los, mesmo que eles não queiram da plena aliança com Deus.

No entanto, apesar dessa clara previsão sobre o perigo dessa última encontramos a Igreja em quase total ignorância sobre as obras desse exército de espíritos malignos. A maioria dos cristãos é muito rápida em aceitar tudo que seja “sobrenatural” como vindo de Deus, e experiências sobrenaturais são indiscriminadamente aceitas porque acredita-se que todas elas sejam divinas.

Por falta de conhecimento, as maiorias das pessoas, mesmo as mais espirituais, não guerreiam de modo completo e continuo contra esse exército de espíritos malignos, e muitas até fogem do assunto e do chamado para essa guerra, dizendo que, se Cristo é pregado, não é necessário dar tanto destaque a existência do diabo nem entrar em conflito direto com ele e sua hostis. No entanto, uns grandes números de filhos de Deus estão-se tornando presa fácil par o inimigo por falta desse conhecimento, e por meio do silencio dos mestres a respeito dessa verdade vital, a Igreja de Cristo está marchando para o perigo dos últimos dias, desprepara para o ataque violento do inimigo. Por causa disso, e em vista das palavras proféticas claras das Escrituras, a influência já manifesta das hostis malignas entre os filhos de Deus e os muitos sinais de que já estamos realmente nos “últimos dias”, a que se refere o apóstolo, todos os cristãos deveriam receber abertamente tal conhecimento sobre os poderes das trevas, pois ele permitirá que passem pela prova terrível desses dias sem serem derrotados completamente pelo inimigo.

Sem tal conhecimento, quando pensar que está lutando pela verdade, é possível que um cristão lute, defenda e até proteja espíritos malignos e sua obras, crendo que está defendendo Deus e suas obras; pois se pensa que algo é divino ele o irá proteger e defender. É possível, que, por ignorância, um homem chegue a ficar contra Deus e atacar a própria verdade de Deus, e também a defender ao diabo e se opor a Deus – a menos que tenha conhecimento.

Todo homem irregenerado é, antes de tudo, enganado por seu próprio coração enganoso (Jr 17:9; Is 44:20) e pelo pecado (Hb 3:13). O deus deste século acrescentou a isso o cegar do entendimento para que a luz do evangelho de Cristo não ilumine as trevas (II Co 4:4). E o engano do maligno não termina quando a vida regeneradora de Deus alcança o homem, pois o cegar do entendimento só é removido quando as mentiras enganadoras de Satanás são desalojadas pela luz da verdade.

Muito embora o coração esteja renovado e a vontade tenha se voltado para Deus a disposição profundamente enraizada para o auto-engano e a presença, até certo ponto, do poder do enganador de cegar o entendimento acabam revelando de muitas formas como as seguintes declarações das Escrituras nos mostram:


O homem é enganado se for apenas ouvinte e não praticante da Palavra de Deus (Tg 1:22);

Ele é enganado se diz que não tem pecado (I Jo 1:8)

Ele é enganado quando pensa que é alguma coisa, quando, na verdade, é nada. (Gl 6:3)

Ele é enganado quando pensa ser sábio com a sabedoria deste mundo (l Co 3:18)

Ele é enganado quando aparentando ser religioso, sua língua descontrolada revela sua verdadeira condição. (Tg 1:26)

Ele é enganado se pensa que vai semear sem colher o que semeia. (Gl 6:7)

Ele é enganado se pensa que os injustos herdarão o reino de Deus (l Co 6:9)

Ele é enganado se pensa que o contato com o pecado não traz conseqüência sobre ele. (l Co 15:33)


Irmãos somos exortados pelo Senhor a “julgar todas as coisas”, o dever de examinarmos as coisas espirituais é fortemente recomendado pelo apostolo Paulo repetidas vezes. “O homem espiritual julga (examina, ou como esta no grego, investiga e decide) todas as coisas” (l Co 2:15). O homem espiritual deve usar seu julgamento, que é uma faculdade renovada se ele é um homem espiritual. Esse exame, e ou, julgamento espiritual é mencionado em relação às coisas do “Espírito de Deus” (v. 14), o que nos mostra como o próprio Deus honra a personalidade inteligente que ele criou em Cristo, convidando a julgar e a examinar as obras do seu próprio Espírito, de modo que ate mesmo as coisas do Espírito, não devem ser recebidas como provenientes dEle sem serem examinadas espiritualmente discernidas como sendo de Deus. Quando, no entanto, se diz a respeito das manifestações sobrenaturais e anormais que vemos hoje em dia que não é necessário nem mesmo da vontade de Deus que os cristãos entendam ou expliquem todas as obras de Deus, isso não esta de acordo com a declaração do apostolo de que “o homem espiritual julga todas as coisas”, e, conseqüentemente, deve rejeitar tudo o que seu julgamento espiritual for incapaz de aceitar, ate que venha um tempo em que seja capaz de discernir com clareza o que é realmente de Deus e o que não é.

Além disso, o cristão não deve apenas discernir ou julgar as coisas do espírito – ou seja, todas as coisas no mundo espiritual, mais deve também julgar a si mesmo. Pois “se nos julgássemos a nós mesmo” (a palavra traduzida como julgar significa uma investigação completa), não deveríamos necessitar da disciplina do Senhor para trazer à luz as coisas em nós mesmos que não fizemos passar por essa investigação completa. (l Co 11:31,32)

“Irmãos não sejais meninos no juízo; na malícia, sim sede crianças; quanto ao juízo sede homens amadurecidos.” (l Co 14:20)


Qual é, então, a condição segura para nos protegermos contra o engano de espíritos malignos?


  1. Conhecimento de que eles existem;
  2. De que eles podem enganar ate os mais honestos filhos de Deus. ( Gl 2:11-16)
  3. Compreensão das condições das bases legais necessárias para as obras deles, para não lhes dar lugar ou oportunidade de agir, e, por último,
  4. Conhecimento inteligente de Deus e de como cooperar com Ele no poder do Espírito Santo.


A tabela abaixo mostra algumas outras interpretações errôneas da verdade que precisam ser esclarecidas na mente de muitos filhos de Deus.


Verdade

Interpretação correta

Interpretação incorreta

“O sangue de Jesus purifica”.

Purifica a cada momento

Deixa o homem sem pecado

“Não sois vós que falais”.

A fonte não é o homem

O homem não pode falar; deve ficar passivo.

“Pedi e recebereis”.

Peça de acordo com a vontade de Deus e você receberá .

Peça qualquer coisa e você receberá.

“É Deus que opera em vós tanto o querer quanto o realizar”.

O homem tem que “querer” e tem que agir.

Deus tem vontade por você (ou em vez de você) e Deus opera em vez de você.

“ Não tendes necessidade de que alguém vos ensine”.

Você não precisa de qualquer homem para ensiná-lo, mas precisa de irmãos ensinados pelo Espírito dados por Deus

Não posso receber ensino algum vindo de homens, mas apenas o que é “direto” de Deus.

“Ele vos guiará a toda verdade”.

O Espírito de Deus guiará, mas eu tenho que ver como e quando.

O Espírito de Deus já me guiou a toda verdade, isto é, sou infalível.

“Um povo seu”.

Propriedade de Deus.

Ser “possuído” por Deus que habita interiormente, que move e controla um autômato passivo.

“Para uso do mestre”.

Deus no espírito do homem usa sua mente, no sentido de dar luz para a cooperação inteligente do crente.

“Usado” por Deus como uma ferramenta passiva, que requer submissão cega.




“...haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos”
(2 Timóteo 4.3)

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