O PRINCÍPIO DO GOVERNO

domingo, 10 de maio de 2009

O primeiro e principal princípio que precisamos vir a entender é que Jesus Cristo é O Cabeça de Seu Corpo. Isto significa que Ele é o único governo. Isaias 9:6 diz: “...e o governo estará sobre os Seus ombros”. Ele é alguém que dirige todas as coisas. Ele é quem toma todas as decisões. Ele é o líder. Ele é a Cabeça. Lemos: “Porque Ele é a Cabeça do Corpo da Igreja” (Col 1:18).
Além disso, somos ensinados que Ele é “...a cabeça sobre todas as coisas para a Igreja” (Ef 1:22). Também vemos que “Ele deve ter primazia sobre todas as coisas” (Co 1:18).
Vamos parar aqui um momento e meditar nesta analogia com o corpo. Deus usa esta figura para nos revelar Sua vontade e autoridade. Em um corpo humano, a cabeça dirige tudo. Nenhum outro membro pode tomar decisões. Nenhuma outra parte está qualificada para guiar as outras.
Embora o corpo seja extremamente complexo e tenha diferentes tipos de membros e órgãos, a cabeça dirige as funções de todos eles. Os olhos podem ser muito aguçados, mas nunca conseguem dirigir o corpo. O coração pode ser muito saudável, mas ele nunca necessita tomar decisões. As pernas podem ser fortes, mas elas não dão direção aos outros membros. Embora haja um sistema de nervos que transmitem a vontade da cabeça a todas as outras partes, estes nervos nunca se
tornam capazes de pensar, raciocinar e então tomar decisões por conta própria.
Assim também é no corpo de Cristo. Jesus foi colocado pelo Pai como a Cabeça de tudo. Até hoje, Ele ainda mantém esta posição. É intenção de Deus que Jesus governe cada movimento de Seu Corpo. Cada obra, cada palavra, cada aspecto dele deve ser governado pela cabeça. Nenhum outro membro pode substituí-Lo. Ninguém mais pode tentar usurpar ou compartilhar desta autoridade. Jesus Cristo é perfeitamente capaz de sustentar cada molécula deste Universo. Então
Ele também é capaz de funcionar como a Cabeça de todas as coisas para a Igreja.
Contudo, hoje a Igreja parece ser um tipo de Hydra, que era uma criatura mitológica com muitas cabeças. Para onde se olha, há sempre muitos homens e muitas mulheres afirmando ter autoridade. Eles estão governando, dirigindo e direcionando um ou outro tipo de Igreja com
liberalidade. Talvez sem imaginar, muitos crentes estejam competindo com Jesus para ser a Cabeça de pelo menos uma parte de Sua Igreja.
A cada dia que passa, uma outra “cabeça” começa a brotar, reivindicando ter um mandado do Senhor para dirigir uma parte de Sua operação. Muitos deles estão insistindo em que os crentes se submetam à sua autoridade, já que ela foi recebida de Deus. Mas, a qual deles devemos nos submeter? Qual dos milhares ou mesmo dos dez milhares de figuras de autoridade que vemos na Igreja hoje é realmente a correta?


O PROBLEMA DA INVISIBILIDADE

Talvez uma grande parte do problema que temos em compreender e tentar seguir o governo da verdadeira Cabeça, é que Ele é invisível. Não podemos vê-Lo com nossos olhos físicos. Porém, o
homem natural acredita em coisas visíveis. Ele gosta de coisas que são tangíveis, de algo que possa ver, saborear, sentir e ouvir. Para ele, isto é real. O mundo espiritual, por outro lado, é um pouco místico demais e, portanto, não confiável.
Entretanto, de acordo com a Bíblia, as coisas espirituais são, de fato, as mais reais. Elas são mais “reais” do que o mundo físico no qual tanto acreditamos. 2 Coríntios 4:18 diz “...porque as coisas que temos visto são temporárias, mas as que não podem ser vistas são eternas.”
Aqui precisamos ajustar nosso pensamento. Nossa confiança no físico e no tangível deve ser substituída por uma completa dependência de nosso invisível Senhor. Através de nossa fé, precisamos desenvolver um relacionamento íntimo com Jesus. Precisamos aprender a conhecê-Lo, a ouvi-Lo e a segui-Lo. Isto é absolutamente essencial para cada crente. Ninguém mais pode fazer isto por você. Cada cristão (todos eles) necessita se tornar um seguidor de Cristo.
Não é suficiente que alguém simplesmente se conforme a alguns padrões bíblicos. Não é o bastante para alguém simplesmente se ajustar a algum tipo de grupo, aceitando seus costumes e suas metas. Não é intenção de Deus nós simplesmente darmos nossa aceitação mental a um conjunto de doutrinas ou práticas. Seu pensamento é que nós venhamos a conhecê-Lo pessoalmente e intimamente. Além disso, é intenção Dele que, através deste relacionamento íntimo e real, Ele seja capaz de nos guiar em todos os aspectos de nossa vida.
Deste modo, Ele pode ser nossa cabeça. Conforme O conhecemos e O seguimos, Seu governo sobre nossas vidas se torna mais real. Ele pode dirigir nossas atividades diárias e nos mostrar Suas
vontades e Seus métodos. Até mais do que isso. Ele pode começar a guiar nossos pensamentos e nossas emoções. Sua soberania pode começar a afetar nossas atitudes e nossas opiniões. Nossos desejos, nossas expectativas e mesmo os nossos medos podem se sujeitar à Sua autoridade.
Assim como nossa cabeça humana guia não apenas o nosso corpo, mas cada aspecto de nossa vida psicológica, assim também Jesus pode reinar sobre toda a nossa vida. Desta forma, a vida e a
natureza de Deus podem ser manifestas em nós e através de nós. Esta é a verdadeira cristandade. Esta é a verdadeira casa de Deus. Todavia, é dolorosamente óbvio que nem todos os crentes estão consiguindo, até nem procurando viver nesta intimidade e obediência. É triste, mas é verdade que muitos que se chamam de cristãos têm muito pouca intimidade com o Senhor e não têm idéia de como escutá-Lo e como segui-Lo. É aqui então que se levanta uma grande tentação que se manifesta em dois aspectos que procuraremos detalhar.
Primeiramente, há aqueles que têm algum relacionamento com Jesus. Eles têm uma medida de consagração e fé. Ouvem a Deus num grau maior ou menor. Então, quando vêem que as pessoas estão
andando por aí sem qualquer direção da Cabeça, eles querem ajudá-las. Mas, se não forem cuidadosos enquanto estiverem tentando ajudar aos outros, eles próprios se tornarão a Cabeça. Pouco a pouco, eles começam a ser o Senhor nas vidas destes indivíduos. Eles começam a dar conselhos e direção. Orientam estes outros a buscar as metas que Deus mostrou a eles. Eles ensinam, pregam, “discipilarem” e lideram. Logo eles têm um grupo completo de seguidores.
O problema é que frequentemente estes seguidores não foram levados a uma intimidade com Jesus. Eles não conseguiram estabelecer um relacionamento com Ele, para que Ele dirija suas vidas. Em vez disso, começaram a confiar e a seguir a liderança humana. Como resultado, eles não estão sendo transformados à imagem de Cristo, mas estão simplesmente conformados à imagem do grupo a que se uniram.
É bem possível que o conselho e a direção que receberam possam ser bíblicos. É esperado que o ensino que ouviram tenha se fundamentado na Palavra de Deus. Contudo, tudo isto pode ser feito sem aproximar ninguém de Deus. É bem possível que eles simplesmente se tornem dependentes de um outro homem.
Pode ser que estes indivíduos possam aparentar uma pequena mudança. Talvez alguns de seus pecados mais graves tenham desaparecido ou se ocultado. Pode ser que os seus hábitos e estilo de roupas, corte de cabelos, etc., tenham se modificado. Aos olhos do grupo, eles agora são considerados “bons cristãos”. Mas, se eles não desenvolveram o tipo de comunhão com o Deus invisível que se tornou a fonte de sua vida e direção, todas estas mudanças foram em vão. Se eles não chegaram a uma total submissão de todo o seu ser à autoridade da Cabeça, perderam a verdadeira meta.
Se não desenvolveram uma íntima caminhada diária com o Salvador invisível, eles realmente não foram ajudados absolutamente. Este pessoal foi conformado a algum padrão, mas não transformado à imagem de Jesus. Acredito que a grande maioria de tais líderes começa com as melhores intenções. Querem ajudar o povo de Deus. Sentem simpatia por aqueles que não aproveitam o relacionamento com Jesus da mesma maneira que eles. Então, trabalham para ajudá-los. Mas, se não forem cuidadosos, é extremamente fácil, querendo ou não, induzir os outros a ser dependentes deles. É muito simples começar a se colocar no lugar de Jesus na vida dos outros. Embora possamos acreditar estar vendo algumas mudanças em suas vidas, se eles não se tornaram íntimos de Jesus e não aprenderam a realmente segui-Lo, tudo isto é inútil.
A menos que tenhamos recebido uma visão celestial, é muito fácil construir algo que não irá suportar o teste. É possível também gastar muito tempo e esforço construindo uma casa na qual Deus não irá morar.


Os Irmãos



“...haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos”
(2 Timóteo 4.3)

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