Arrependimento

sábado, 2 de maio de 2009

Um outro passo necessário para receber o perdão é o arrependimento. Uma profunda convicção do pecado resulta em arrependimento da parte do pecador. Quando a multidão foi convencida ou “comovida em seus corações” através da pregação de Pedro, eles imediatamente gritaram: “o que devemos fazer?” A resposta de Pedro a isto foi: “Arrependei-vos e sejam batizados”. Você vê, arrependimento é o resultado necessário de uma profunda convicção de pecado. Arrependimento significa literalmente, na língua grega, “ter uma mudança da mente”. Em outras palavras, você, estando convencido do pecado, resolve nunca mais se envolver com o mesmo. Você muda a sua atitude para odiar o que você tem sido e feito e brada a Deus para ser completamente liberto de tal detestável comportamento. Isto também é um passo necessário para receber o perdão, o volver do coração para decidir nunca mais se envolver com o pecado. A menos que haja tal determinação da parte do pecador, o perdão não pode ser encontrado.

Para melhor ilustrar esta verdade, vamos olhar no Velho Testamento. Lá também, quando uma pessoa fazia uma oferta pelo pecado, havia esta requisição essencial. Esta pessoa precisava estar arrependida. Pre-cisava admitir seu pecado, lamentar verdadeiramente por ele e ter a completa intenção de nunca cometê-lo novamente. Sem esta atitude, a oferta feita não era agradável a Deus. Era um mau cheiro em suas narinas. Porque Ele, que fez todas as coisas, iria querer ver morto um animal inocente e precioso, sem nenhuma razão? E porque matar um cordeiro iria aliviar o pecado da pessoa que o oferecia, quando, em seu coração ela pretendia continuar com suas atitudes? Em vez de consertá-las com Deus, este sacrifício era uma farsa e tornava as coisas piores. Leia Isaías 66:3. Deus não perdoava estes hipócritas. Ao invés disso, Seu julgamento sobre eles foi elevado.

Possivelmente, muitas pessoas na Igreja hoje pensam que enquanto o sangue de touros e bodes não podia realmente esconder os pecados daqueles que “não estavam completemente prontos para mudar”, o sangue de Jesus pode fazê-lo, porque é muito mais eficaz. Esta também é uma idéia errada. Embora verdadeiramente o sangue de Jesus seja muito mais “eficaz”, ele esconde de Deus apenas aqueles pecados dos quais verdadeiramente nos arrependemos. Embora muitos cristãos hoje digam que “Deus não vê os nossos pecados, mas apenas o sangue”, a Bíblia diz que “os olhos do Senhor estão em todo lugar contemplando os maus e os bons” (Prov 15:3).E também “todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos que prestar contas.” (Heb 4:13)Você vê, Deus conhece nossos motivos. Ele vê nossos corações. Nunca podemos enganá-lo, mesmo que nos decepcionamos nos mesmos.

Sim, uma vez que nos arrependemos verdadeira e completamente, nosso pecado que estava entre Ele e nós é removido e “Assim como o oriente dista do ocidente” (Salmo 103:12) Ele não se lembra mais deles. Mas isto é resultado de um espírito quebrantado e contrito. É algo que acontece com aqueles que vêm a Deus com um coração sincero e verdadeiro (Heb 10:22). Quando, à luz de Deus, somos convencidos do que fizemos e do que somos e nos arrependemos de verdade, nossos pecados são de fato perdoados e removidos para sempre.

Entretanto, se Deus não aceitava o sangue de animais inocentes para perdoar pecadores não arrependidos, quanto menos aceitará o sangue de Seu mais precioso Filho para aliviar cristãos não arrependidos de sua justa recompensa. Se não estamos prontos e desejosos de nos arrepender total e completamente e nos voltarmos dos nossos maus caminhos, o sangue de Jesus não nos fará bem algum. Não faz diferença se nascemos de novo. De fato, tentar tirar vantagem do sangue precioso do Filho de Deus deste modo só tornará pior a nossa situação. Deus nunca é escarnecido ou decepcionado, mesmo que nós nos decepcionemos.

Precisamos ser audaciosos para distinguir entre as acusações do diabo em nossa consciência e a verdadeira convicção do pecado. É verdade que o diabo pode nos condenar e o faz. Entretanto, se estivermos genuinamente convencidos e arrependidos Diante de Deus, então, e somente então, temos a armadura necessária para resistir a tais acusações. Arrependimento autêntico, profundo e completo, não apenas nos acerta com Deus, mas também nos dá base para resistir a posteriores ataques do diabo. Quando temos do próprio Deus a certeza de termos sido perdoados, então o inimigo tem muito pouco a dizer. Entretanto, muito freqüentemente, o convencimento do Santo Espírito é etiquetado por cristãos bem intencionados como “acusações” ou “mentiras do inimigo”. Precisamos ser muito cuidadosos para não recusar a convicção do Espírito Santo etiquetando Seu trabalho como “o diabo”. Verdadeiramente, o grande problema na Igreja hoje não é o excesso de falsas acusações, mas a insuficiência de arrependimento.

As verdades que estivemos investigando aqui neste texto aplicam-se a crentes tanto quanto a descrentes. Os passos necessários para receber perdão são também para os cristãos. Há muitos membros de Igreja hoje que, embora tenham um dia nascido de novo, não estão totalmente convencidos do pecado nem inteiramente arrependidos e, portanto, não completamente perdoados. Muitos dos filhos de Deus estão andando em pecado e, portanto, não foram, eu repito, não foram perdoados por Deus. Receber a vida eterna, na verdade, requer uma convicção inicial e arrependimento. Entretanto, a necessidade de perdão não acaba aqui. Assumindo que alguém tenha realmente nascido na família de Deus, ainda permanece a necessidade de um arrependimento contínuo.

Andando na Luz

Arrependimento, para o crente, não é meramente uma ocorrência única, mas uma experiência diária, cada vez mais profunda. Quanto mais crescemos espiritualmente, mais próximo caminhamos com a luz do mundo, mais profundamente sentimos nosso estado pecaminoso. Quando eu era um novo cristão, pensava algo assim: “depois de 20 ou 30 anos caminhando com o Senhor, vou ser realmente santo”. Mas, a minha experiência depois de 20 ou 30 anos, é: “eu sou verdadeiramente ímpio e merecedor da morte”. Embora nesta posição, eu sei que sou constantemente perdoado e limpo. Glória a Deus, conforme “confessamos” os nossos pecados, Ele faz duas coisas. Não apenas nos perdoa por aquilo que fizemos, mas nos limpa daquilo que somos. (1ª João 1:9).

Em 1ª João 1:7, vemos ainda que há uma outra exigência a ser cumprida para sermos perdoados. Nesta passagem está claro que o perdão não é apenas uma “coisa de um tempo só”. É uma experiência contínua para cada cristão verdadeiro. João nos ensina que “Se andamos na luz, como Ele é a luz,... o sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado”. A palavra “se” aqui indica que há definitivamente um pré requisito para a nossa limpeza. “Andar na luz significa que estamos sendo constantemente iluminados pela luz do semblante de Jesus. Nós estamos vivendo em Sua presença a cada dia. Assim, pela expressão de Sua face, cada pensamento, atitude ou ação é revelado a nós como realmente é. Se, e quando, eles forem pecadores, então poderemos nos arrepender novamente e experimentar o maravilhoso perdão e a purificação que são gratuitamente dados a nós em Cristo. Para um crente viver em perdão, ele precisa andar na presença de Deus, respondendo continuamente a qualquer convicção de pecado quando ela ocorrer.



“...haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos”
(2 Timóteo 4.3)

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